01/02/2018 - BRASIL UM DOS CINCO DESIGUAIS




Sabia-se que Brasil era um dos 10 países mais desiguais do mundo, num rol de 200. Estudo atual do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), publicado pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revelou que a parcela de 1% mais rica do País concentra cerca de 23% do total da renda dos brasileiros. A desigualdade de renda no Brasil está muito acima dos padrões internacionais. O IPEA analisou 29 países, mostrando que o País está no grupo de cinco nações em que a parcela mais rica da população recebe mais de 15% da renda nacional. A proporção do total da renda recebida pelo 1% mais rico dos países observados está na faixa de 5% a 15%, em 24 deles. Os outros quatro são aqueles que estão acima de 15%, como é o caso brasileiro.

O exame do IPEA foi efetuado antes da recessão de 2014-2016. Assim, entre 2003 a 2013, o País conseguiu retirar 29 milhões pessoas da pobreza. Porém, em prolongamento do estudo para 2014-2015, 4 milhões de pessoas voltaram para os 29 milhões. Acredita-se que, em 2016-2017, mais do que 4 milhões retornaram à pobreza. O saldo dos recuperados cairia para 21 milhões. Por volta de 10% deixaram de ser pobres em duas décadas. De início se pensava que era muito. Porém hoje se vê que o retorno para pobreza se deu pela forte recessão, sendo muito pouco o resultado desejado e gabado. Ainda não se o quadro de melhorado para piorado.

O fato é que, estatísticas do IBGE, divulgadas ontem, mostram que o desemprego esteve em nível mais baixo neste século, no segundo trimestre de 2014, de 6,8% da PEA, a brutal recessão já começara no trimestre anterior, no final da recessão era 6,7 milhões. Subiu feito foguete e alcançou 13,7% no segundo trimestre de 2017. Reiniciou a queda e encerrou 2017 com 11,8% da PEA, um exército de 13,2 milhões. Porém, o emprego começou a subir devido ao trabalho informal, que tem rendimento menor do que o trabalho formal, levando à queda no número de contribuintes da Previdência. Eram 64,3 milhões no final de 2014 e no final de 2017 eram 63,4 milhões. Quase um milhão a menos de contribuintes. No entanto, milhões pediram aposentadoria. A situação da Previdência já apresentava déficit desde antigamente e hoje seu déficit é explosivo. Recordando o dito aqui no dia 23 passado, o déficit previdenciário era de 1,5% do PIB, desde 2003, passando a 2,8% do PIB em 2017. Como a população está envelhecendo, rapidamente e jamais voltará a sua participação de maioria de jovens. Assim, a situação previdenciária é a pedra de toque do atual governo, de fazer a sua reforma, custando bilhões de concessões e de emendas parlamentares.

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