10/01/2018 - PREVISÕES FOCUS DA PRIMEIRA SEMANA




O Relatório de Mercado Focus, publicação semanal do Banco Central, consulta cerca de 100 instituições financeiras (às vezes, por volta de 120), chefiadas geralmente por economistas, cujas principais projeções se devem à principal meta conjuntural da economia: a inflação, medida oficialmente pelo IBGE, acerca dos preços no atacado das seis maiores regiões metropolitanas do País. O indicador é denominado de Índice de Preços ao Atacado Amplo (IPCA), calculado com quase cinco centenas de itens de consumo, mensalmente. Na época da ditadura militar (1964-1984) havia expurgos de itens da referida cesta que mais subiam, para ter-se uma inflação “menor” e, consequentemente, um reajuste dos salários menor (arrocho salarial), já que a política salarial de então acompanhava a reposição da inflação passada, na data do acordo coletivo de cada categoria, além de discutir-se ou não ganhos de produtividade.

Citado documento mostra que a mediana para o IPCA do ano passado foi de 2,78% para 2,79%. Há um mês estava em 2,88%. Já a projeção para o indicador de 2018 passou de 3,96% para 3,95%, perante 4,02% de quatro semanas anteriores. As expectativas de mercado são de que a inflação fique levemente abaixo do piso da meta de 3%, em 2017. O centro da meta para o ano passado e para 2018 é de 4,5%, mediante margem de tolerância de 1,5%. Ou seja, inflação estimada na faixa de 3% a 6%. O erro sistemático, chamado de viés, é de 1,5%.

O Banco Central atualizou, através do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), as estimativas de inflação para quatro anos. Em 2017, seria 2,8%; em 2018, 4,2%; em 2019, 4,2%; em 2020, 4,1%. Referidas projeções bem comportadas levam em conta juros básicos baixos, câmbio flutuante em busca do equilíbrio e de que não haja má safra agrícola.

Depois vêm projeções do PIB. O mercado financeiro também alterou levemente. A expectativa de alta para o PIB de 2017 passou de 1% para 1,01%. Há um mês a estimativa estava em 0,91%. Para 2018, o mercado reduziu a previsão de alta de 2,70% para 2,69%. Quatro semanas atrás a expectativa era de 2,92%. Já o RTI a projeção de 2017 é PIB a 1%; para 2018, 2,6% e nada mais.

Os estudos oficias são conservadores, visto tratar-se este ano de ano eleitoral. Porém, estão muito aquém dos desejáveis. O País ingressou num fosso enorme durante a recessão e urge a sua recuperação. No entanto, o atual governo só venceu a queda de braço com a inflação e continua às voltas com o déficit primário. O câmbio se mantém estável. A tríade da política econômica (monetária, cambial e fiscal) ainda não recompôs a base para o retorno de bom crescimento econômico.

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