25/01/2018 - MERCADO REAGE CONTRA PRÉ-CANDIDATURA DE LULA




A teoria econômica tem como base as leis de mercado, da oferta e da procura. Simplificando, chama-se de mercado a reação dos capitalistas à execução do poder executivo. Assim, desde que se reconquistou a democracia, que Lula se candidatou à presidência. Perdeu três eleições consecutivas (1989, 1994, 1997) porque apregoava a maior intervenção do Estado nos mercados, inclusive fazendo auditorias em contas públicas e no balanço de pagamentos, num claro sentido de que não iria respeitar contratos. Na sua quarta proposição à presidência da República, o dólar disparou para R$4,00, em 2002 (nem agora, 16 anos depois o dólar está próximo de 4 reais; está mais próximo de 3) e o mercado reagia contra ele. Então, Lula fez uma “carta aos brasileiros”, em meados de 2002, comprometendo-se a respeitar contratos. Foi eleito e cumpriu promessas. Foi tão ortodoxo no seu mandato, mais do que FHC em seus oito anos de poder. No seu segundo mandato, passou a ser cada vez menos ortodoxo. Porém, tinha plantado as bases para ter um período de crescimento médio de 4% ao ano. Foi o principal responsável por eleger a primeira mulher como presidente, a Dilma. Deixou o poder com 83% de popularidade. A ex-presidente Dilma de ortodoxa passou a heterodoxa e cometeu vários erros em sequência, colocando o Brasil em fortes déficits primários e também em longos períodos de recessão. Depois de desobedecer a lei de responsabilidade fiscal foi destituída pelo Congresso brasileiro. Ainda Dilma, no seu mais de um ano de exercício do segundo mandato, iniciou forte ajuste fiscal. Substituída por Michel Temer, seu vice, este continuou o ajuste fiscal e a economia vem saindo lentamente da recessão. Temer tem baixíssima popularidade, cerca de 6% de bom ou ótimo. E, muito provavelmente, não fará o seu substituto.

Eis que, insurgiu o ex-presidente Lula, desde o impeachment de Dilma, como candidato a terceira eleição à presidente da República, sendo o pré-candidato disparadamente favorito, com 36% das intenções de votos. O segundo lugar, Jair Bolsonaro, tem a metade das intenções de Lula.

Ocorre que, Lula voltou ao discurso do período anterior a 1989. Na verdade, àquele discurso que vinha fazendo desde a criação do PT, em 1979. Lula tem declarado estar pouco preocupado com ajustes fiscais e que seguiriam muitas das decisões de Dilma de intervenção na economia. Então o mercado reagiu fortemente, através do pregão de ontem na bolsa de valores, quando o Ibovespa subiu 3,72%, atingindo recorde histórico de mais de 83 mil pontos, depois que Lula foi condenado por corrupção, em segunda instância no mesmo dia. Por seu turno o dólar recuou para a cotação mínima de R$3,16. São claras demonstrações de que, Lula não voltando a ser aquele do período de 2003-2010, o que desejaria o mercado, foi então amplamente rejeitado.

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