13/01/2018 - REBAIXAMENTO DA NOTA
As agências de classificação de risco internacionais indicam
os países que merecem investimentos, principalmente os fundos de pensão, que
são aqueles que mais dinheiro guardado tem no mundo e que pode ser aplicado, por
terem riscos menores de calote. As notas de bom e mal pagador são em 20 formas
de letras. Triplo A (AAA) merece a Alemanha. Letra D (a pior) é a nota de
Moçambique. A partir da forte recessão (2014-2016), que fez o Brasil descer da
faixa de grau de investimento para a faixa de grau de especulação, tornando-se
um país mais arriscado para capitais e, por isso mesmo, as taxas de juros são
mais altas, o chamado risco-País. Além disso, fica mais difícil captar poupança
externa e a imagem do país é afetada como a de uma região não confiável ou
pouco confiável. Existem três grandes agências de risco, baseadas em Nova York:
Standard & Poor’s (S&P), Fitch e Moody’s. A maior delas, a S&P, é
aquela que calcula o índice da bolsa de Nova York das 500 maiores empresas do
mundo, o S&P-500. Este rebaixou a nota brasileira para BB- (BB menos),
colocando como perspectiva de nota ficar estável doravante (como está BB-).
O cenário econômico brasileiro ficou tensionado com o
rebaixamento. As explicações da S&P são de que o Brasil não está
conseguindo fazer as reformas de que tanto necessita, tais como a da Previdência
e a tributária, além do mais não consegue fazer o seu ajuste fiscal e só tem
feito o déficit crescer ou ficar acima de R$120 bilhões. Ora, com quatro anos
de déficits primários e mais quatro de projeções, o endividamento brasileiro
está chegando a patamares de default. Vale dizer, chegando perto perigosamente
de 100% do PIB. Hoje já está bem acima de 70% do PIB. O País tão endividado
fica sem capacidade de pagamento e sem recursos para fazer os necessários
investimentos em infraestrutura.
Na verdade, a S&P já vinha ameaçando com o rebaixamento
da nota. Somente o fazendo agora depois que a equipe econômica jogou o balão de
ensaio de quebrar a Regra de Ouro da execução da política orçamentária. Ou
seja, muitas das conquistas da sociedade brasileira estão consubstanciadas na
Lei de Responsabilidade Fiscal e na Regra de Ouro do orçamento. Vale dizer, esta
última diz que o governo federal não pode se endividar mais do que faz de
investimentos. Bem lógico. Ou seja, o que arrecadar poderá gastar. Mas, se
endividar só é permitido até o limite do investimento feito no País. O governo,
depois da trapalhada, disse que tal discussão de projeto de lei fica para mais
adiante. Porém, já se borrou todo e o resultado é isto aí que está.
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