27/01/2018 - DÍVIDA PÚBLICA SOBE 14% EM 2017
A dívida pública federal inclui a dívida interna e a dívida
em moeda estrangeira, subindo 14% em 2017 e bate mais um recorde. Em princípio,
isto é de uma enorme discrepância, vez que o PIB está estimado em ter crescido
1% no ano passado. A Secretaria do Tesouro Nacional declarou que seu valor
alcançou R$3,55 trilhões. Para a dívida interna foi registrado um incremento de
14,43%, no valor de R$3,43 trilhões, correspondendo a 96,62% do total. Para a
dívida externa se registrou uma queda de 0,09%, para R$123,78 bilhões,
correspondendo a 3,38% do total. Até o final do século passado, ou seja, quase
quatro séculos, a dívida do Brasil era em sua grande maioria de capitais
externos. Assim, havia grande dependência ou até mesmo obediência aos
capitalistas internacionais. Até os governos de FHC havia grande exposição
cambial. Isto quer dizer que havia possibilidade quase que imediata de ataque
externo à moeda local. Contudo, foi-se formando um colchão de reservas
externas, hoje na casa de US$380 bilhões, inviabilizando ataque especulativo à moeda
chamada de real, como aconteceu anteriormente, fazendo o Brasil recorrer ao
Fundo Monetário Internacional, para obter fundos externos..
Contabilizou-se no endividamento a elevação de R$447,15
bilhões de um ano para outro. Em 10 anos, a dívida pública mais do que dobrou.
Em 2007, o estoque do endividamento estava em R$1,33 trilhão. A dívida pública
vem desde a independência política de 1822, quando o Brasil assumiu a dívida
portuguesa e teve de pagar as dívidas de guerras de libertação das províncias.
Sempre rendeu juros. Nem sempre pagos. Inclusive parte do principal também, que
vem sendo rolado desde 1822. Em anos de déficit primário, quando as receitas
são menores do que as despesas, o déficit referido é também coberto com emissão
de títulos da dívida pública.
A participação dos investidores estrangeiros, em títulos da
dívida interna findou o ano em baixa, mediante parcela de 12,12%. Entende-se
isso porque os juros básicos da economia caíram à metade em 2017, ficando em
7%. Em termos de juros reais ainda estes são os dos maiores do mundo, na faixa
de 3% a 4% anuais. Muito atrativos, visto que nos países ricos há juros nominais
por volta de 1% a 2% ao ano. Quer dizer há em muitos países juros reais
negativos.
Os títulos de endividamento do Tesouro Nacional podem variar
por meio da oferta de títulos públicos, comprados pelo sistema bancário ou pela
internet, como é o caso do chamado Tesouro Direto.
Considerando que persiste déficit primário desde 2014, também
previsto para 2019, a dívida pública federal, que estava na faixa de 50% até
2014, sairá da faixa de 70% do PIB para 80% no final da década.
Dívida assim tão alta retira dinheiro da economia, visto que
deveria ser canalizada para a esfera produtiva e, por isso, a economia teve
baixo crescimento no ano passado e ainda será baixo neste e no próximo ano,
aquém das necessidades de retornar-se logo ao pico do PIB per capita de 2013.
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