17/01/2018 - IMUNIDADES E ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS ACIONADAS
O cidadão paga tributos diretos e indiretos. Diretos, tais
como o desconto mensal do imposto de renda na fonte, cuja defasagem da tabela
progressiva atinge 88%, IPTU, IPVA, taxas, dentre outros. Nos bens e serviços
paga impostos indiretos, IPI, ICMS, dentre muitos outros, sobre os quais
desconhece porque as empresas ainda não fornecem os valores embutidos nos
preços. Em inúmeros serviços pagam mais variadas taxas. As empresas também
pagam inúmeros tributos. Ocorre que existem órgãos empresariais, mesmo alegando
que não são empresas, que não tem fins lucrativos, propõem isenções, totais ou
parciais, geralmente por longo tempo que tem prazos determinados e que podem
ser prorrogados num tempo sem fim. Há, ainda, entidades, que se dizem não
empresariais, que se constituem como associações filantrópicas, clubes
recreativos ou de futebol, ou templos, de inúmeras formas, que possuem ou
pretendem obter imunidade tributária. A imunidade não tem prazo e seria como
ter uma característica que nenhum outro agente social possui. A priori é um
prêmio eterno. Ocorre que as entidades sempre querem mais. Querem quase tudo.
Há templos que não querem pagar nem água, luz ou qualquer outra taxa. Na
Assembleia da Bahia há pastor lutando por isso. Enfim, existe um abuso no uso
da característica solitária dessas entidades. Para coibir abusos federais
existe, pelo menos, a Secretaria da Receita Federal que atua em prol da sociedade.
Dessa feita, a Secretaria da Receita Federal divulgou que o
governo está cobrando R$14,4 bilhões devidos por igrejas, clubes esportivos e
organizações assistenciais. Já constituído em créditos estão R$5,5 bilhões e
R$8,4 bilhões são de autuações em andamento. A Receita Federal apertou a
fiscalização sobre entidades que foram apanhadas burlando regras tributárias,
muitas das quais se garantem de imunidades no pagamento de tributos. Nos
últimos cinco anos foram 283 entidades, das mais diferentes formas, tais como
hospitais, até mesmo centenários, 84 clubes de futebol (os maiores devedores são
Atlético Mineiro, Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense), templos (mais de uma
centena de organizações e milhares de casas), dentre outros. A Receita avalia
entidades que dizem não ter fins lucrativos, mas os têm, em muitos casos. A
desfaçatez é enorme.
As instituições que têm imunidades específicas procuram
enquadrar em quase todas as diferentes formas de tributos. Ingressam em juízo,
fazem acordos ou torcem para que tributos em geral, a vencer e vencidos, vão
para a prescrição.
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