29/07/2017 - CORTES NO PAC
Em 21-01-2007, o ex-presidente Lula lançou o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Na verdade, o que Lula prometia, antes de
2002, antes de ser eleito, era lançar um Plano de Desenvolvimento, à semelhança
do Plano de Metas (1956-1960) do governo JK. O PAC é muito restrito, em relação
ao Plano, sendo somente programa de infraestrutura, quando comparado com JK.
Porém, quando comparado com todos os governos desde o segundo choque do
petróleo (1979), foi o melhor que ocorreu. Teoricamente, conforme Keynes
demonstrou, matematicamente, ao governo cabe realizar investimentos básicos,
multiplicadores da economia. Na esteira dos seus investimentos vêm às inversões
privadas, aceleradores da economia. Como se tornou uma panaceia para inversões
de esferas de governo, o PAC se tornou PAC 1, do governo de Lula 2, de 2007 a
2010. PAC 2, Dilma 1, de 2011 a 2014. PAC 3, Dilma 2, de 2015 a 2018, que foi
afastada, substituída por Temer, que desfigurou o PAC 3, tentando redefini-lo
com novo nome, chamado de Avança Brasil, mas não chegou a lançá-lo. Agora, em
novo orçamento, o PAC 3 perderá quase 30% dos seus recursos. A culpa é do
Temer? Não. A culpa do PAC se tornar num mundo de frustrações foi da corrupção
sistêmica, que foi adotada desde 2007, mediante cartel envolvendo 29
empreiteiras, governantes, políticos, executivos das empresas envolvidas,
descoberta com as investigações da operação Lava Jato, que começou em 2014 e já
está na 42ª fase de investigações, sem data para acabar. Claro, a parada na
corrupção sistêmica levou também à grande recessão, que está no seu terceiro
ano. Antes da Lava Jato, o desvario do Dilma 1 (2011-2014) colocou o País em
déficit primário em 2014, depois de 18 anos de superávit primário. Ao
desobedecer à lei de responsabilidade fiscal, Dilma foi afastada. Ao procurar
obedecer a mesma lei, Temer está procurando sair do buraco recessivo, mas sem a
competência para tal e, na atualidade, em que o déficit primário chegou ao
absurdo de R$180 bilhões, em 12 meses, para obedecer ao déficit aprovado pelo Congresso
de R$139 bilhões. Portanto, terá o governo de cortar despesas, para cumprir a
meta fiscal. Anunciou que congelará R$7,47 bilhões, sendo que R$5,23 bilhões
serão represados e outros R$2,25 bilhões serão remanejados para outras áreas do
governo. De uma previsão inicial de quase R$37 bilhões em despesas, o PAC terá
garantido pouco menos de R$20 bilhões para este ano. Segundo o Ministro do
Planejamento, Dyogo Oliveira: “Em princípio, isso não deve implicar na
suspensão imediata de obra nenhuma, uma vez que há a perspectiva de que haja
uma recomposição desses recursos ainda no decorrer do ano”.
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