19/07/2017 - CONSUMO DAS FAMÍLIAS




A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calcula mensalmente o Índice de Intenção do Consumo das Famílias (ICF). O indicador de julho de 2017 cresceu 12,5%, em relação a julho de 2016. Contudo, a alta referida, perante junho foi de apenas 0,2%. Ora, é isso mesmo, um ano atrás a depressão do índice era intensa. Agora ele está estável e o horizonte ainda não está claro. A pesquisa do ICF leva em consideração sete componentes. Quatro deles puxaram o ICF, tais como: o nível de consumo atual, a intenção de compra a prazo, a avaliação sobre o emprego vigente e renda atual. Três deles ficaram estabilizados: cautela, segurança e perspectiva. Outra visão do ICF é de que a economia saiu do fundo do poço, mas ainda são grandes os receios das pessoas em consumir mais e fazem contrações do consumo. As famílias tiveram tanta redução de gastos, que pequena melhora em sua renda média não está acompanhando o consumo familiar.

A ducha de água fria veio agora em maio, sobre as delações premiadas do grupo JBS, envolvendo o presidente Temer. Um presidente da República frágil não comanda bem um programa de reformas, basta ver que a reforma da Previdência, muito debatida no Congresso até abril, caindo assustadoramente de maio até agora. Assim, em março houve 434 menções no plenário do Congresso sobre a Previdência; em abril ficou em 264; em maio 318; em junho, 82; em julho até agora, 33 menções. O Brasil precisa mudar seu sistema de aposentadorias, sendo visível que o gasto previdenciário se aproxima de 30% do orçamento anual, somente perdendo para os pagamentos da dívida pública, que se aproximam de 50% do referido orçamento. Em suma, por volta de um milhão de servidores públicos aposentados ganham mais do que cerca de trinta milhões de aposentados do setor privado. O Brasil gasta um percentual do PIB com a aposentadoria dos seus funcionários maior do que os 34 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), baseada na Europa e que tem os maiores países na sua classificação. Cada vez mais o governo fica com menos percentuais de recursos para 27 outros ministérios e para os três poderes. O jeito que a União tem feito é elevar a carga sobre a arrecadação. Vendo isso bem claro, os empresários pressionam, não somente pela reforma previdenciária, ma também por uma reforma tributária. Alegam os capitalistas que cada vez menos recursos lhe sobram para lucros, que poderiam ser revertidos em investimentos. Obviamente, sem elevação dos investimentos, não haverá maiores crescimentos do consumo e a economia continuará patinando, em baixíssimo crescimento. O fato é que a carga tributária era 16% em 1946; 24% em 1964 e 36% em 2016. Assim, nunca parou de subir, principalmente os encargos da dívida pública e os custos previdenciários.

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