09/07/2017 - PROGRESSO PRECISA DE INVESTIMENTOS




Justamente, o que tem falecido no País é o investimento. O progresso precisa de investimentos públicos e privados. O segundo em muito maior proporção do que o primeiro. O primeiro multiplica; o segundo acelera. Já demonstrava Keynes, matematicamente. É o óbvio ululante. No Brasil, vê-se um diagnóstico, sem prognóstico definido. Mas, ansiado. Quem puxa o investimento é o governo, mas quem aufere os gordos lucros são os capitalistas, principalmente o grande capital. Sim, é o grande capital que tem mais dinheiro e repousa na dívida pública, que lhe paga gordos juros. Tudo indica que não acontecerá mais com a baixa continuada da SELIC.

Texto do Centro de Estudos do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (CEMEC), resumido ontem no editorial da Folha, demonstra que as entidades governamentais passaram a consumir parcelas crescentes das poupanças das empresas e das famílias, que deveriam financiar o setor privado. Não sendo vista ainda em 2010, o pico do crescimento dos últimos quarenta anos, o ciclo econômico à la Krondatieff, capturou o Brasil. O investimento nacional era aproximadamente de 22% do PIB, em 2010, sendo o investimento privado de 18,6% e o investimento público de 3,2%. Da tabela apresentada pela Folha, veio caindo até chegar em 2016, o investimento privado a 13,7% e o investimento público a 1,8% do PIB.

De 2011 a 2014, iniciou a tragédia do governo de Dilma, infringindo asa leis de mercado. O setor público “comeu” parte do setor privado. Ou seja, agigantou-se ainda mais. A resposta capitalista foi de recuou e deposição dela. O ajuste começou em 2015 e se prolonga por cinco anos, devido ao buraco que se cavou. O governo de Michel Temer montou equipe semelhante aquela quer o ex-presidente Lula montou. Porém, Lula não pegou o buraco cavado por Dilma. Pegou a estabilidade deixada por FHC. Articulou-se; pagou a dívida com o FMI; criou confiança dos capitalistas e surfou na onda de progresso. Deixou a herança maldita da corrupção sistêmica para Dilma, além de tentar atender as reformas estruturais, nas quais também fracassou.

Temer, Maia, quem vier, terá que realizar novo pacto. Não é improvável. Lula fez quando realizou a “carta aos brasileiros”. Na moita, está o grande capital. Não se pode ter dúvida que será ele (ou Lula, se voltar, terá que recompor) o responsável por novo ciclo de crescimento.

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