01/07/2017 - REDUÇÃO DA META DE INFLAÇÃO
Após a criação do sistema de metas de inflação como a
principal diretriz da política monetária, em 1999, no Brasil, perante
experiências vitoriosas em vários países ao defini-la, naquela década, o Brasil
assentou o seu principal pilar da construção da matriz ortodoxa de condução
econômica. Qual o seu significado? O de estabilidade monetária. Vale dizer, um
banco central atuante nas normas de oferta monetária interna (em reais) e
externa (política cambial), mediante atuação na taxa de juros na definição dela
endogenamente e em operar swaps cambiais. Assim, o sistema de metas passou a
ser o farol que clareia o presente e sinaliza para o futuro da oferta
monetária, para que está siga servindo ao sistema produtivo.
Desde 2005 que o centro da meta tem sido 4,5%. Este variou
dentro do viés de mais ou menos 1,5%. Porém, em 2015, representou os maiores
desacertos da política econômica, quando a inflação chegou a 10,7% anuais. Ademais,
em 2014, começou a série de déficits primários, previstos para seis anos. O
câmbio também saiu do controle. O tripé (meta de inflação, superávit primário e
câmbio flutuante) se desmanchou. Logo, não tão logo, a ex-presidente Dilma foi
afastada, pela sua nefasta condução. Assumiu Michel Temer, trazendo a inflação
para dentro do teto da meta de 6,5%, praticando swaps cambiais para trazer a
política cambial sobre relativo controle. Porém, sem conseguir debelar o
déficit primário. Pelo contrário, este continua altíssimo e tem sido uma das
causas pelas quais não consegue retornar ao crescimento econômico. No máximo, o
que já conseguiu foi a economia parar de cair, mas ficou estagnada, no poço,
para sair da recessão.
Em 2017, por força principalmente da acertada política de
juros, dos efeitos da forte recessão, além da supersafra de grãos, que
pressiona os preços dos alimentos para baixo, a inflação desceu
vertiginosamente. Caiu abaixo do centro da meta de 4,5% e sinaliza para fechar
o ano em 3,5%. Baseados no esforço dos países desenvolvidos que atua com uma
inflação baixa (na média variando de 2% a 3%), o Conselho Monetário Nacional
como sempre faz no final do mês, verifica a diretriz principal da meta da
inflação. Dessa vez, considerou por bem manter o centro da meta em 4,5% para
2017 e 2018. No entanto, para 2019, fixou o centro da meta em 4,25% e para
2020, em 4%.
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