15/07/2017 - FRUSTRAÇÃO DO CRESCIMENTO
Muito provavelmente não haverá crescimento econômico em 2017,
segundo as previsões oficiais, de mercado e do Fundo Monetário Internacional. Sim,
porque perto de zero está definindo um ano que ficou estagnado. Agora foi a vez
de o Banco Central divulgar o seu indicador de atividade econômica (IBC-Br).
Após avançar em abril 0,15%, o IBC-Br recuou 0,51% em maio. O resultado foi
pior do que o esperado pelo mercado financeiro, que passou a prever retração do
PIB no segundo trimestre deste ano, após avançar 1% no primeiro trimestre. O
IBC-Br é considerado uma “prévia” do PIB do País, que é medido pelo IBGE a cada
trimestre. Uma grande parte dos analistas financeiros avaliavam 0,2 de
incremento do PIB e tiveram uma decepção.
Computado em pontos, o IBC-Br recuou de 134,46 para 133,77,
de abril para maio, na série de ajustes sazonais. É o menor nível desde
janeiro. A principal explicação é de que houve um desempenho ruim no segundo
trimestre pelo agronegócio, que foi bem em abril, mas declinou em maio. No
mundo das expectativas, o referido indicador para junho é esperado negativo,
devido à crise política instalada. A indústria de papel ondulado é um indicador
de tendência dos outros dois setores, a indústria e comércio, cujo indicador
fechou com alta.
A conjuntura comum de oscilações, para cima e para baixo dos
setores, não no mesmo sentido, faz com que uma série de analistas acredite que
o cenário é de recuperação. Como exemplo, de Sérgio Vale da consultoria MB Associados:
“Prevalece a sensação de que o ciclo é positivo. Os empresários e consumidores
estão olhando para a frente e percebendo que o pior ficou para trás e que há
uma demanda reprimida, isso segura a economia, mesmo com a crise política”.
Cita ele a reversão na curva do emprego, na curva da melhora da renda, na curva
vigorosa da exportação, na curva de crescimento da indústria automobilística e na
previsão muito boa de safra agrícola.
Após a reforma trabalhista aprovada, ao gosto dos empresários,
5% foi o ganho acumulado do indicador IBOVESPA, que teve sua quinta alta
consecutiva. O indicador terminou a semana (ontem) aos 65.436,17 pontos. Quando
a bolsa de valores assim precifica, o cenário do próximo ano é alvissareiro.
Claro, o humor pode mudar. Afinal, a economia brasileira é cíclica como a
própria vida humana.
Comentários
Postar um comentário