05/07/2017 - PROJEÇÕES SEMANAIS AINDA CONTIDAS




Alguns relatam que a crise política desencadeada pelas delações de executivos da JBS está na razão da contenção dos investimentos. Outros de que os capitalistas estão com recursos repousando em títulos públicos, que oferecem uma das maiores rentabilidades de forma real (descontada a inflação), esperando as reformas estruturais propostas, tais como a trabalhista, a previdenciária e a tributária. Mas não se vê alguém (como no governo Dilma era voz predominante), dessa vez, que coloque a culpa no setor externo, no qual o Brasil continua surfando bem, tendo a balança comercial encerrada o semestre em superávit de US$36,2 bilhões, o que aplacará o déficit da balança de serviços e o déficit de transações correntes está projetado em 1% do PIB, déficit esse, um dos menores da história. Portanto, os problemas são internos mesmo e de confiança, tanto de investidores como de consumidores. A inflação continua abaixo do centro da meta e a SELIC recuou de 14,25% para 10,25%. Porém, com uma inflação projetada deste ano menos de 4%, continua existindo um ganho real por volta de 6% ao ano, servindo de depositária a dívida pública de grandes capitais e que obtêm as maiores taxas do Tesouro Direto ou de outros títulos privados bancários.

O boletim Focus do Banco Central desta semana está trazendo projeções de que a SELIC seguirá recuando e de que, no final do próximo ano atingirá 8,25%. Com isso a caderneta de poupança passará a render 70% daquela taxa mais TR. Ficará desinteressantíssima. Por sua vez, os economistas das instituições financeiras preveem um PIB menor do que 0,4% neste ano e de aproximadamente 2% no ano vindouro. Quanto à inflação é esperada para 2017 como 3,46% e, para 2018, 4,25%.

A produção industrial mostrou expressivo crescimento em maio e a venda veículos novos cresceu 13,49% em junho. Assim, a economia tem melhorado. Porém não está descolada da política partidária. Enfim, há uma pequena melhoria no sistema econômico, mas não está assegurada a retomada firme do crescimento.

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