23/07/2017 - DESONERAÇÕES FISCAIS
Onerar em política fiscal é tributar. Os tributos no Brasil
chegam a uma centena. Mas, só aqueles federais. Sobre eles o Governo Central
pode editar normas de aumento ou redução deles. Elas se proliferam diariamente.
Entretanto, Estados e Municípios também podem criar inúmeras taxas e normas.
Portanto, há um cipoal de regras que levam a carga tributária estimada em 36%
do PIB. Isso sem contar com a desoneração tributária. Desonerar é zerar ou
reduzir tributos. O que a população não sabe é que as desonerações são frutos
dos lobistas em órgãos dos governos. Uma conta da equipe econômica afirmou que
as renúncias fiscais da União chegam a 21% do total da arrecadação, conforme
informes obtidos por Miriam Leitão e publicados na sua coluna diária do jornal
O Globo, do dia 21 passado. O seu valor é de R$284 bilhões. Cerca de 51% das
renúncias referidas se concentram na
região Sudeste. A região que menos precisa. Porém, não há só desonerações,
existem créditos subsidiados nos bancos oficiais para a agropecuária e a
indústria, principalmente para o grande capital. A pequena produção e o pequeno
negócio comercial pouco tem de subsídio e é particularizado. Em suma, o
capitalismo brasileiro é movido, em grande parte aos subsídios, os quais,
historicamente, não permitiram evoluir a competitividade de milhões de
empresas, via elevações de produtividade. Por seu turno, o governo se tornou
máquina descomunal. Não poderia acontecer outra coisa senão o Brasil ter ficado
na armadilha dos países de renda média, um gigante de potencial e péssimo
ambiente geral de negócios e um país bastante fechado no comércio
internacional.
As desonerações são transferências de renda que permitem aos
diferentes tipos de capitais se viciarem nas benesses do governo, permanecendo
ineficientes. Contudo, o paternalismo não para por aí. Há a desoneração da
cesta básica. Na Zona Franca de Manaus. Nos Fundos Constitucionais do Norte e
do Nordeste, que subsidiam os financiamentos naquelas regiões deprimidas,
mediante bastantes subsídios. Há o Simples Nacional. Há isenções de tributos
para entidades sem fins lucrativos, os quais possuem relações de beneficiados
bastantes discutíveis. Hospitais, templos, organizações não governamentais,
dentre outros. Enfim, há reduções e isenções de receitas no País, que beiram à
calamidade de um país potencialmente rico, de maioria de um povo pobre e
parcela significativa ainda de miseráveis, além de alto grau de analfabetos por
idade e analfabetos funcionais. Outro ralo de recursos desviados acontece com a
corrupção sistêmica, que o País ora pretende debelar. Entretanto, o grosso
mesmo do dinheiro “perdido” está com as desonerações fiscais.
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