07/07/2017 - PÊNDULOS DA INDÚSTRIA
Renasce a esperança de que o pêndulo da indústria volte a sua
boa recuperação. Os movimentos pendulares dela são de ciclos longos. Assim, a
produção da indústria brasileira apresentou seu melhor resultado para o mês de maio,
cujo crescimento não se via há sete anos. Segundo dados divulgados pelo IBGE, a
indústria nacional cresceu 4% em maio, na comparação com o mesmo período do ano
passado. O ano de 2010 ainda apresenta o melhor resultado até 2017, quando o
setor viu crescimento de 14,3%, perante o mesmo mês de 2009. Observando o
desempenho da indústria no longo prazo, o setor vem obtendo taxas negativas há
36 meses. Porém, desde junho de 2016, há desaceleração no ritmo de queda.
Entretanto, não estão sendo dadas as condições que garantam a sua recuperação,
tais como as reformas tributária, trabalhista e previdenciária. Além do mais,
embora a taxa básica de juros tenha caído 4% em oito meses, de 14,25% para
10,25% anuais, com ainda tendência de mais queda, a repercussão da SELIC não se
dá no crédito industrial, muitas vezes mais caro do que a SELIC. Esta tem sido
uma reivindicação antiga das classes industriais. Indo mais a fundo da questão
industrial é que a mesma, neste século, tem visto sua produtividade ser
baixíssima, sem acompanhar a produtividade média mundial. É tanto que, saiu da
posição máxima que alcançou em 1985, de 25% do PIB, caindo para 10% em 2017,
enquanto o agronegócio, desde aquela época tem crescido com alta produtividade,
praticamente invertendo posições, de 10% para 23% do PIB. Ao ponto de dizer-se
que, o esforço enorme que se fez no século XX, para tornar o País um grande
produtor industrial, em substituição à economia agrário exportadora de então,
cedendo lugar ao moderno setor rural do agronegócio.
Relembre-se aqui que a indústria foi proibida na etapa
colonial, pelo tratado de Methuen (1703). Assim, não se aproveitou da revolução
industrial (1750), mantendo-se raquítica até os anos de 1930. No entanto, após
capturar o Estado nos anos de 1930, serviu-se de subsídios para promover a
indústria substitutiva das importações, cujo processo somente começou a se
esgotar com o primeiro choque do petróleo de 1973, tendo recebido o desarme
final pelo segundo choque do petróleo de 1979. A matriz industrial, montada
nessa matéria prima, não se desenvolveu tecnologicamente para ser competitiva
mundial. Retiradas as proteções comerciais de 1990, muitos segmentos pereceram,
somente ficando fortes aqueles que foram privatizadas e aqueles que fizeram
esforços para tal mister. Entretanto, o crescimento industrial não foi capaz de
elevar a sua produtividade de forma a enfrentar a forte concorrência,
principalmente dos asiáticos e da China, tendo a indústria recuado desde então.
Será que está no “ponto de virada”.
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