25/09/2016 - DADOS DE RETOMADA
“Há sinais ainda tímidos, mas animadores, de que o Brasil
começa a se afastar do fundo do poço para onde foi lançado pela maior recessão
econômica da sua história, fruto de políticas equivocadas, populistas,
ancoradas no subsídio público e em distribuição de benéficos fiscais a alguns
setores apenas”. Lendo isto, no jornal A Tarde de hoje, cujo editorial é
“Início da retomada”, a questão não está em dados da recuperação, mas saber se
foram superados os entraves e quando serão aprovadas as reformas econômicas. Os
erros foram muito maiores. O primeiro, o fiscal. Quebrou o tripé, com déficit
primário, depois de 18 anos; inflação passando de dois dígitos (10,7% em 2015);
câmbio superestimado em 50%. O segundo, discriminando o grande capital, que
recuou muito nos investimentos. O terceiro, perdendo a base política, em gestos
autoritários. O quarto, congelando parcialmente preços dos combustíveis.
Quinto, reduzindo preços da conta da energia elétrica em 20%, em 2013, tendo
que restabelecê-la, em média, em 50%, em 2015. Sexto, baixando juros da taxa
básica em 5%, entre 2011 e 2012, tornando a subi-la, em 7,25% (o dobro do que a
levou), até agora, a quase um ano de um número altíssimo de 14,25% ao ano.
“Pesquisa realizada com 160 diretores e presidentes de
empresas, divulgado nesta sexta feira, em 61% das companhias (não citou quais,
nem o instituto de pesquisa) os investimentos estão sendo destravados, sendo em
35% delas até dezembro, com aportes financeiros no País. Outra parcela de 26%
retomará nos três meses de 2017, acreditando em novo ciclo de crescimento da
economia. Para 84% delas, a economia voltará a crescer com a concretização das
medidas propostas pelo governo de Michel Temer: teto para gastos, reforma
previdenciária, programa de concessão e flexibilização da legislação
trabalhista, nenhuma delas de fácil implementação”.
Sem dúvida, dos seis erros acima, o erro suficiente para a
recessão foi discriminar o grande capital. Este é muito vaidoso. Ao colocar
culpa, culpa o Estado. Veja o caso recente da morte do ator global Domingos
Montagner. A rede Globo ajuda a família dele, cujos salários eram de R$80 mil
mensais, mas ingressa com ação judicial de reparação, sem dúvida, o maior
valor, contra o pequeno município sergipano de Canindé, onde o ator se afogou e
que tem apenas 29 mil habitantes, cuja economia se baseia em agricultura e
turismo. A prefeitura de lá nega responsabilidade. Sem dúvida, o grande capital
não perdoa e não perdoou Dilma.
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