13/09/2016 - PROJEÇÕES E ASPIRAÇÕES




Entidade secular de estatísticas, o IBGE atua em todo o Brasil, pesquisando cerca de 3.500 municípios, através da PNAD Contínua, dos 5.565 deles, sendo estes mais de 2.000 pequeníssimos e longínquos; destacando as regiões metropolitanas, em contraste com o conjunto das áreas rurais, urbanas e regionais. Calcula, dentre outros, índices de inflação, emprego, PIB, renda e migrações. Inúmeras constatações são produzidas em indicadores, para também fazer previsões de grande credibilidade, a exemplo do que tradicionalmente apresenta para a população e correntes migratórias. Mas não faz para PIB, renda e produto, que fica a cargo de outras instituições de pesquisa e consultoria, além dos órgãos de política econômica. Dessa forma, pode-se observar que o País se encontra há três décadas na fase do bônus demográfico, situação única na vida das nações, estimando que este perdure até 2030, quando o Brasil terá 41,5 milhões de idosos, considerados com mais de 60 anos, cerca de 18% da população, enquanto o número de crianças será de 39,2 milhões, correspondentes a 17,6%. Acrescentando os adolescentes, em 2030, conjunto deles será de mais de 50% da população, quando o citado bônus irá se esgotando. De hoje para 2050, os idosos passarão de 20 milhões, cerca de 10% atualmente, para 67 milhões, por volta de 30% do povo brasileiro em 2050. Os brasileiros que teoricamente trabalham estão na faixa de 18 a 64 anos, hoje grupo majoritário. Em 1930 é bem provável que esse exército de mão de obra seja menor do que o contingente de crianças, adolescentes e idosos. Portanto, em um país atualmente com esperança de vida superior a 75 anos, é bem razoável que o governo proponha elevação da idade média de aposentadoria de 60 anos, para 65 anos, já, tanto para homens como para mulheres. Até porque se hoje a previdência social contribui com 90% do déficit, nos próximos anos poderá falir. Ademais, a recessão econômica do País o fez ter perdas enormes, as maiores registradas, cuja recomposição passa pelas reformas estruturais, a saber: aprovação da PEC 241 (teto dos gastos); da nova lei do pré-sal; da renegociação das dívidas dos Estados; da citada reforma da previdência; da reforma trabalhista; das alterações em leilões e concessões públicas. Em caminho de investigações continua a operação Lava Jato, acerca de corrupção na Petrobras, que deve restabelecer novas regras para contratos. Somente 222 empreiteiras se ingressaram em recuperação judicial, nestes 2016, pela irradiação dela. Desta vez, a retomada não virá puxada pelo consumo, como ocorreu na era Lula. A volta depende da recuperação dos investimentos, cuja taxa em 2014 era de 20,2%, caiu para 18,2% em 2015, para 16,7% em 2016 (previsão). Estão aí emprego, produto, renda e crescimento econômico para serem retomados.

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