06/09/2016 - DISTORÇÕES ENTRE APOSENTADORIAS
No Brasil os salários médios de empregos federais são muito
maiores do que os do setor privado, distância que vem sendo aumentada há
décadas. Pelo menos, a referência se deva ao período da ditadura militar (1964
a 1984) até hoje. Na época, o professor Luiz Carlos Bresser Pereira,
ex-ministro duas vezes, famoso também pelo Plano Bresser (1987), que trouxe perdas
aos detentores de FGTS e de caderneta de poupança, sem contar as dos reajustes
salariais, já que algumas categorias conseguiram reposição e outras não, falava
ele de uma tecnoburocracia que dirigia o país com gordos salários (1964/1984).
Nos últimos três anos, de forte recessão, as aposentadorias médias do setor
privado têm recuado 4%, enquanto as aposentadorias médias do setor público se
elevam em 2%, segundo Vinicius Torres Freire, em sua coluna da Folha,
intitulada “Quanto ganha o servidor?” do dia 04, passado.
A aposentadoria média hoje do INSS é de R$1.200,00 por mês. A
pensão média do INSS é de R$1.066,00. Naquele Instituto 64% dos beneficiários recebem
mais de dois salários mínimos (R$1.760,00). Já 99,8% menos de seis salários
mínimos (R$5.280,00). O teto para aposentadoria atual é de R$5.147,38. O
rendimento médio mensal do trabalhador brasileiro hoje, segundo o IBGE é de
R$1.985,00. A aposentadoria média mensal hoje no legislativo federal é de
R$28.587,00. A pensão média é de 21.491,00 por mês. No judiciário federal é de
R$25.659,00 e R$23.077,00, respectivamente. No executivo federal o aposentado
percebe em média R$9.800,00 mensais. Não se conhece o dado do pensionista. O
que tem a mais o trabalhador privado é o FGTS. Mas, o trabalhador do setor
público tem a estabilidade. Esta sem dúvida é relativamente melhor para ser
empregado, além dos grandes diferenciais de salários expostos. A situação nos
Estados e municípios é mais vexatória do que na União. No conjunto, conforme já
visto aqui em outra oportunidade, cerca de um milhão de aposentados do setor
público ganham mais do que perto de 30 milhões de aposentados do setor privado.
No momento atual, da maior dificuldade, o funcionalismo pleiteia aumentos em
série. Já há reajustes sancionados pelo presidente Temer, para quarenta
categorias do executivo, do legislativo e dos militares, no valor de R$68,7
bilhões, entre 2016 a 2018, além de para servidores do judiciário e do
ministério público, no valor de R$22,2 bilhões. Tramitam no Congresso reajustes
para auditores da Receita Federal e do Ministério do Trabalho, no valor de
R$8,6 bilhões, para o período de 2016 a 2019, além de ministros do STF, no
valor de R$4,5 bilhões por ano; para servidores da Polícia Federal, da Polícia
Rodoviária Federal, do DNIT e do INCRA, no valor de R$3,1 bilhões, de 2017 a
2019; para servidores da Defensoria Pública da União, em R$193 milhões; para a
Procuradoria Geral da República, em R$77,6 milhões, para 2016. Total de
R$107,370 bilhões, distribuídos em quatro anos. Dados do Ministério de Planejamento.
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