12/09/2016 - OPORTUNIDADES NÃO DEVEM SER PERDIDAS
A semana que passou revelou que o Brasil pouco tem melhorado
na educação fundamental e permanece estagnado na educação de nível médio. Ambas
são o que se chama de educação básica. Para ambas, o Ministério da Educação
desde 2005 calcula o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), para
praticamente todas as escolas brasileiras. A educação pública melhorou muito
pouco e a educação privada piorou um pouco mais, reduzindo o abismo entre
ambas. Porém, em seis avaliações do IDEB, a educação básica não atinge, no
geral, ainda média 5, sendo a média do ensino médio brasileiro de 3,7 (média do
ensino público e privado). Assim, o Brasil vai perdendo o seu bônus
demográfico, única oportunidade que um país pode ficar em torno de cinco
décadas, como um país desenvolvido, oportunidade que não voltou jamais para
nenhuma nação. Mediante baixa educação, baixa produtividade, além de 90% do
déficit primário ser oriundo da previdência social, o Brasil já está correndo o
risco de empobrecer, em termos relativos, em relação ao seu grupo de países de
grande potencial, visto que referido bônus se encerrará por volta de 2030.
No concerto das nações, países pobres são aqueles com renda
abaixo de US$6,000.00. Países de renda média, entre US$6,000.00 a US$16,000.00.
Acima deste, já é considerado iniciado no grupo de países ricos. A renda brasileira
está pouco acima de US$11,000.00, considerado pelo Banco Mundial como país de
renda média alta. O fato é que o avanço da renda brasileira é considerado
tímido, em relação ao seu grupo de países emergentes. Assim, em 1970 a renda
per capita era de US$4,660.00, passando a US$11,200.00 em 2015, mais do que
dobrou em 46 anos. Comparado com a Coreia do Sul, no mesmo período, a renda
média deles passou US$1,960.00 para US$25,000.00, um crescimento de 12 vezes. A
Coreia do Sul aproveitou bem o seu bônus demográfico. O Brasil só tem uma
década e meia pela frente, se muito o tem.
No fundo do poço da maior recessão da sua história, o País está
lutando para concluir em dois anos o ajuste fiscal. No mesmo período, pretende
fazer a reforma previdenciária. Já discute a reforma trabalhista. Quase tudo
muito difícil. Fala-se em verdadeira reforma educacional. Assunto que será
objeto de uma medida provisória. Em reforma política, já havendo projeto em tramitação
no Congresso. A equipe econômica projetou para 2017 crescer 1,6%, conforme
projeto de Orçamento Anual; entre 2% a 3% em 2018; de 2019, em diante, crescer
4% anuais.
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