22/09/2016 - ARRECADAÇÃO DESABOU EM AGOSTO
Dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do
Governo Federal (SIAFI) mostra que o recolhimento de tributos caiu 9% em
agosto, perante igual mês do ano passado. O resultado surpreende, visto que era
esperada estabilidade e não redução do nível de atividade econômica. Isto quer
dizer que ainda não se chegou ao fundo do poço em agosto. Em um ano, a
arrecadação caiu 7,6%. Ainda que se busquem causas fora do forte quadro
recessivo, como a greve de fiscais da Receita Federal em julho, os tributos que
incidem sobre os lucros vinham crescendo, mas recuaram em agosto, como exemplo
a CIDE, que é sobre combustíveis, em 16,5%, e o IPI, em 19%. Em face dessa
situação, os governadores estão pedindo compensações, tendo a maioria deles
ameaçado de decretar calamidade financeira se o governo não elevar repasses.
O problema é maior quando a esperada recuperação da economia
se baseia em segmentos produtivos que pagam menos impostos, tais como as
exportações. Para o ex-secretário de política econômica, Bernardo Appy, “pode
ser que a retomada da economia só ocorra em 2018”.
A carga tributária, conforme a Receita Federal tem se mantido
em torno de um terço do PIB, desde 2006. Segundo aquela secretaria, a União
arrecadou 22,3%, os Estados 8,3% e os municípios 2,1%, no total de 32,7%.
Outras fontes, tal como as revelada pela revista Exame, de 14-09-2016, a carga
tributária seria de próxima a 36%. Divergência à parte, um terço de tributos
engessa a economia parcialmente, visto que dinheiro retirado da esfera
produtiva reduz o investimento e o crescimento econômico.
Com dados da Receita Federal, a divisão da carga tributária
em 2015, encontrou-se o ICMS 6,72%; previdência, 5,43%; PIS, PASEP, COFINS,
4,28%; IR retido na fonte, 3,55%; IR de pessoa jurídica e CSLL, 2,78%; outros,
9,9%.
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