15/09/2016 - AGENDA POSITIVA
Agenda positiva é o nome dado atualmente aos programas e
projetos de cada momento crítico em que passa o governo, desde 1979, quando,
por causa dos choques do petróleo e da crise da dívida, o País deixou de fazer
planos econômicos de longo prazo ou de um governo eleito ou escolhido.
No que concerne à iniciativa própria o novo governo federal,
de Michel Temer, fez o Projeto Crescer. Na verdade um conjunto de 25 grandes projetos
de parcerias público-privadas, financiando com recursos do FGTS, através do
BNDES, no valor de R$30 bilhões, até 80% do investimento, a juros subsidiados. A
contrapartida do capitalista é, portanto, de 20%. Subsídios só mudaram em
taxas, mas é um vicio, desde a criação do BNDES, como BNDE, a 63 anos, de
financiar o grande capital com juros mais baixos do que o mercado financeiro
possa oferecer. Só que naquela época financiava o grande capital de controle
nacional, hoje em dia também financia governos e empresas estrangeiras. O que
mudou agora é que as parcerias não vão ter fixas as taxas internas de retorno
como mínimas, tampouco o abuso pela demora de licenças ambientais, constatadas
como de mais de dois anos e simplificação da burocracia. Referido Projeto
Crescer que não é um projeto, mas um programa terá efeitos no médio e no longo
prazo. Daí, até porque projeta a equipe econômica crescer por volta de 4% daqui
a três anos. Acrescido dessa iniciativa de parcerias, a União pretende retomar
inúmeras obras do PAC, paralisadas desde 2015. Mas, ficaram de anunciar quais.
No que concerne ao apoio do Congresso, espera que a PEC do
teto dos gastos esteja pronta para ser votada, depois de outubro. Muita
discussão há ainda, visto que ela recebeu 22 emendas. Em seguida, espera também
enviar ao Congresso até o final do ano o projeto de reforma da previdência
social. Um debate que se iniciou é a da reforma trabalhista. Mas, o presidente
insiste que os direitos trabalhistas serão mantidos. Os capitalistas têm a
esperança de que o governo contido provoque o avanço da iniciativa privada. Mas,
também se aguardam surpresas da agenda positiva, tal como a criação de novos
impostos, sobre fortunas, heranças, doações, sobre jogos de azar, além da
securitização da dívida das empresas coma União, através da emissão de
debêntures, que não deverão ser registradas como dívida pública, mas como
créditos antecipados. Quanta saudade de um plano de desenvolvimento de longo
prazo? Entretanto, o argumento daqueles que não fazem se deve a que não querem
correr o risco de emitir mais moeda do que a produção, tal como fez JK, quando
se iniciou a aceleração inflacionária, assim como não se encontram em ditadura
militar, onde “tudo” pode, como aconteceu, fraudando estatísticas do processo
inflacionário e promovendo arrocho salarial.
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