10/09/2016 - EDUCAÇÃO BÁSICA É O EIXO QUE SE PRECISA
Nesta semana, um dos assuntos mais recorrentes foi a
divulgação dos números do IDEB relativos às pesquisas nacionais de 2015. A
sexta pesquisa, em síntese, mostra que o progresso é muito pequeno, nos
primeiros anos de estudo do ensino fundamental, quando a média passou de 5,2
para 5,5, de 2013 para 2015. Bateu a meta aqui. Porém, nos anos finais, embora
passasse de 4,2 para 4,5, não bateu a meta de 4,7. O vexatório é que o ensino
médio, como média do ensino público e o das escolas particulares, continua
patinando em 3,7, nas três últimas avaliações. A avaliação do Ministério da
Educação é das escolas com mais de 20 alunos, bem próximo de 100% do total de
alunos. Não veio tal avaliação conjuntamente com a do ensino superior. A
avaliação última do ENADE, de 2013, também é desconcertante com média de 3,7.
Assim, a educação brasileira avaliada internamente pelo MEC apresenta notas
ruins, não obstante o Brasil tenha um Plano Nacional de Educação, cujas metas
quase não se cumprem. Externamente, a avaliação da Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE), baseada na Europa, analisa estudantes de 15
anos de cerca de 50 a 60 países, em conhecimentos de matemática, língua pátria
e ciências, estando o Brasil entre os últimos. Na avaliação do MEC é de somente
português e matemática, sendo esta última o grande tabu do ensino,
principalmente no nível médio, que, aliás, tem regredido.
As deficiências da educação são enormes. Currículos são
extensos. Por exemplo, no ensino médio há 13 disciplinas, onde se explodem as
deficiências acumuladas com o ensino fundamental. Os professores não são
formados para as tarefas práticas elementares, técnicas ensino e procedimentos
em sala de aula. Por que a matemática é bicho papão? Sem dúvida por que não é
ensinada de forma correta, fazendo os alunos aprenderem e gostarem. Pelo
contrário, fazem com que eles a detestem. A nota de 3,7 que o ensino médio
repete em três avaliações (a metade delas). É nota de reprovação grave e não se
atinge sequer a meta de 4. Enquanto isto, o Brasil vai deixando passar o bônus
demográfico, quando a maioria da população é mais jovem e trabalhadora, para
que o País seja desenvolvido. Bônus este que se esgotará lá pelos anos de 2030.
Portanto, na medida em que não se vencem referidas dificuldades, mais
dificuldades vem por aí, quando o governo pretende controlar os seus gastos
para não serem superiores aqueles da inflação do ano passado. Fala-se em nova
reforma do ensino. A esperança continua, mas a realidade insiste em provar o
que o cronista Ibrahim Sued sempre fechava seu programa de TV ou na coluna
escrita na rede Globo: “educação, vergonha nacional!”
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