11/09/2016 - INFLAÇÃO RESISTE EM CAIR




Apesar de forte recessão, os empresários reajustam preços porque tiveram aumento de custos, como exemplos, salários mínimos acima da inflação, tarifas de energia elétrica e de combustíveis. Dessa forma, o IPCA de agosto, embora a taxa tenha caído em relação a julho, ela foi a maior para o mês desde 2007. O índice acelerou para 8,97%. Oito meses se passaram, embora muitos esperem a queda da taxa básica de juros, ela se mantém elevadíssima, em 14,25% anuais. Esta desestimula a produção. O maior patamar imediato, de inflação, foi em maio de 9,32%. No ano passado foi de 10,67%. De agora, para 2015, somente menos 1,7%. A economia matemática informa que a solução é aumentar a produção, a produtividade e os preços subirem menos. Assim, o Banco Central poderá baixar a taxa de juros básica da economia. É nessa esperança que o governo aposta na aprovação pelo Congresso do teto dos gastos, da reforma da previdência, do ingresso dos capitais externos e no sucesso do programa de concessões ao setor privado. Face ao exposto, já há quem aposte em crescimento de 2% em 2017 e de 3,5% em 2018.

Os desafios são de complementar o ajuste fiscal, sem prejudicar a retomada, além de reduzir os juros básicos, para que a inflação caia. Como foi que FHC derrubou a hiperinflação? Houve um ritual de cerca de um ano, de meados de 1993 para 1994, em três fases, acertando as finanças públicas, criando uma unidade de conta transitória (URV) e definindo a atual moeda, o Real. Como Lula manteve a inflação baixa? Sendo ortodoxo como FHC. Gerou confiança dos agentes econômicos. Aproveitou a capacidade ociosa. Abriu linhas de crédito baratas, adequadas e suficientes para o consumo das famílias, para a produção em geral e principalmente para a construção civil. Tanto FHC como Lula manteve o tripé da economia, mediante superávit fiscal, meta de inflação e câmbio flutuante, estabelecido desde 1999. Dilma, em resumo, administrou, deteriorando as contas públicas, gerando déficit fiscal em 2014, em diante (até hoje e, provavelmente, poderá haver déficit por quatro anos), estourou a meta de inflação e o câmbio disparou, desvalorizando muito (50%) o real, em 2015.

Dessa maneira, após o impeachment, cabe a Michel Temer reestabelecer o tripé econômico. Desde quando assumiu provisoriamente o governo, em 12-05-2016, Temer convidou para chefiar a equipe econômica, como Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, homem mais forte da gestão de Lula, só perdendo para ele, haja vista que ambos participaram todos os dias, de 01-01-2003 a 31-12-2010, Lula na presidência e Meirelles na direção do Banco Central.

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