31/08/2016 - DIVISOR DE ÁGUAS
Depois de nove meses, o Senado confirmou hoje o fim do
período de Dilma no governo federal. Assumiu o vice-presidente Michel Temer. Hoje
é o último dia para o governo enviar o Projeto da Lei do Orçamento de 2017, ao Congresso,
no qual ainda é solicitado o reconhecimento de um déficit primário de R$139
bilhões em 2017, evento pela quarta vez aguardado, após 18 anos anteriores a
2014 de superávit primário. Projeta também o governo que a economia cresça
1,6%, depois de quase três anos recessivos. Hoje também é anunciada a
manutenção da taxa básica de juros, a SELIC, em 14,25% ao ano. A equipe
econômica já trabalha com redução da SELIC somente no início do próximo ano,
vez que a inflação anualizada, até julho foi de 8,74%. O Banco Central prevê
fechar a inflação do ano em 6,9%, enquanto o mercado financeiro aguarda 7,34% em
2016. Afastada de forma definitiva a presidente Dilma, por crimes contra a lei
de responsabilidade fiscal. A votação de 81 senadores deu-se com 61 votos a
favor do impeachment, 20 contra e nenhuma abstenção. Assumindo o presidente
Michel Temer, que poderá ficar 28 meses no exercício da função, fará discurso
hoje à noite, quando já se espera palavras mais fortes do que aquelas que como
presidente interino tenha pronunciado. Marqueteiros adiantam que as reformas
estruturantes serão encaminhadas ao Congresso Nacional. As principais já são
conhecidas, tais como a do teto dos gastos públicos, a da previdência social, a
das concessões público-privadas, a trabalhista e a da Petrobras, que não deverá
mais fazer o mínimo de 30% dos investimentos na camada do pré-sal.
Fazendo um paralelo com o afastamento definitivo de Fernando
Collor de 24 anos atrás, Michel Temer está mais acreditado do que Itamar
Franco, quando assumiu no final de 1992, após a repentina renúncia de Collor.
Mas, o governo de Itamar surpreendeu, lançando o Plano Real, que estabilizou a
economia brasileira, em 1994, mas começou a primeira etapa do referido plano
ainda em 1993, já na segunda etapa lançou a Unidade Real de Valor (URV), no
início de 1994, fazenda a exitosa terceira fase a partir de 01-07-1994, com a
nova moeda, o real. Em 1993, a economia brasileira cresceu 4,9%. Em 1994, cresceu
mais ainda, 5,8%. Entretanto, devido aos déficits primários desde 2014, até
2017, não se acredita que crescerá tanto. Mas, certamente, crescerá. O cenário
será bem melhor do que o atual.
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