02/08/2016 - RETRATO DO PRIMEIRO SEMESTRE
A arrecadação federal no primeiro semestre recuou 7,3%.
Assim, o setor público acumulou em 12 meses, encerrado em junho, déficit de
R$151 bilhões. Ou seja, 2,5% do PIB. Quer dizer, a meta de R$170,5 bilhões não
foi assim tão exagerada, em face da forte recessão. A ata do Comitê de Política
Monetária do Banco Central, de julho, revela que “a inflação caiu aquém do
almejado”. Neste ano, ela ficará acima do teto da meta de 6,5%. No ano que vem,
segundo o COPOM convergirá para o centro da meta. Em entrevistas de ontem,
segunda feira, o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou que a
recuperação econômica poderá ocorrer neste segundo semestre, tanto na
arrecadação de tributos como na obtenção de receitas com concessões e
privatizações. Caso não aconteça, até o final do mês, quando já estará
resolvida a votação do impeachment e termina o prazo para envio do anteprojeto
da lei orçamentária de 2017 (dia 31), poderá ser acionado o Plano C, antes
referido recentemente por ele como elevação de tributos. O Plano A é o de corte
de gastos. O Plano B é de reforçar o caixa com securitizações, privatizações e
concessões.
O dado mais positivo deste ano é o recorde da balança
comercial. Até junho as exportações superaram as importações em US$24 bilhões.
Ontem, foi divulgado o saldo de julho, de US$4,6 bilhões. Isto desafoga a conta
com exterior e contribui para menor indicador da recessão. Outro dado oportuno
foi revelado ontem pela Folha. Cerca de 100 multinacionais consultadas
revelaram por 52% delas, que há melhoras na economia brasileira, devido a
registros de altas nas vendas e de benefícios, devido em grande parte à
previsibilidade do câmbio.
O boletim Focus do Banco Central, que ausculta 120
instituições de pesquisas econômicas, reduziu a projeção da queda do PIB de
3,27% para 3,24%. Já o PIB de 2017 tem perspectiva estável de 1,1% de
incremento. Quanto à inflação, a estimativa de 7,21% para este ano foi mantida.
Para 2017, a projeção é de queda de 5,29% para 5,20%. Como se vê as projeções continuam melhorando a cada
semana, mas de forma bastante lenta.
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