26/08/2016 - COLAPSO É AMEAÇA PARA COMPLETAR O AJUSTE
O Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, em reunião na
Comissão de Assuntos Econômicos da Câmara de Deputados, afirmou que, sem a
aprovação da proposta de emenda constitucional, que cria tetos de elevação de
gastos para União, Estados e Municípios, limitados à inflação do ano passado, o
endividamento governamental chegará a um ponto de colapso, à semelhança do que
ocorreu com países europeus nos últimos anos. Por exemplo, há uma série de
países da Europa que estão a cerca de dez anos em crise, sem crescimento
econômico ou até em recessão econômica. A crise é tão grave por lá, que há
países com desemprego acima de 20%, principalmente entre os seus jovens,
fazendo com que citados países recusem ou evitem ingresso de imigrantes. Não é
sem motivo que o Reino Unido saiu da União Europeia. Não é sem motivo que a
Espanha já deportou uma série de imigrantes brasileiros, para que não
concorressem com os trabalhadores regionais. O medo do ministro, que está
amedrontando os poderosos políticos e, por via de consequência, direta ou
indiretamente muitos milhões de brasileiros, é da via crusis da dívida pública
crescer indefinidamente, de forma independente da recuperação econômica.
A equipe do citado ministro mostrou na Comissão citada, o que
foi colocado na coluna de ontem de Miriam Leitão, no jornal o Globo: “Eles
traçaram o tamanho da crise provocada internamente pela política econômica que
levou a desorganização fiscal. O Brasil perdeu 16% do PIB per capita. Era
R$30,5 mil, em 2013, e é R$25,7 mil, em 2016. Por isso, eles chamam a crise
‘sem precedentes’. A proposta do governo é que nos próximos 20 anos a expansão
de gastos não seja superior à inflação e que isso valha para os três poderes, o
Ministério Público e Defensoria Pública”.
Nestes dias, em que se
define o afastamento da presidente Dilma, o governo interino está em carga no
Congresso para aprovar as medidas do ajuste fiscal, que começou em 2015, mas,
ao que parece, dizem eles ser longo, de quatro anos. Mas, ao que também parece
eles querem liquidá-lo até o final de 2017. Ao que também parece, mudanças para
redução dos gastos na Previdência, além da reforma tributária parcial, tal como
a securitização da dívida pública de R$55 bilhões (venda dela aos bancos);
legalização dos jogos, número de receita ainda não estimado; tributos novos
sobre heranças, doações, idem; CPMF, idem; elevação da CIDE e do IOF, idem. O
que está velado é que eles querem, se não zerar o déficit em 2017, o que seria
um trunfo para ganhar as eleições de 2018, é torná-lo mínimo e apontar
projeções de superávit primário para aquele ano.
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