07/08/2016 - TRANSNORDESTINA E CONCESSÕES




Lançada em 2006, pelo presidente Lula, para ser concluída três anos depois, em 2009, a ferrovia  Transnordestina tem hoje somente 53% do trajeto concluído, dos 1,8 quilômetros de extensão projetados, sendo gastos mais de R$6 bilhões. São dez anos transcorridos. Projetada para ligar diretamente a região dos cerrados do Piauí ao porto de Pecém, no Ceará e ao porto de Suape, em Pernambuco. Indiretamente, a produção de soja, milho e algodão da região Centro Oeste de quatro Estados, Maranhão, Bahia, Piauí, Tocantins, poderia ser canalizada para exportação através dos referidos portos. Foram assentados somente 600 quilômetros de trilhos. Não há trem em nenhum trecho em funcionamento.  Novo prazo de termino está previsto para dezembro de 2018. Estimada inicialmente em R$4,5 bilhões. O cronograma atual é de R$8,2 bilhões. A Agência Nacional de Transportes Terrestres revela que os atrasos decorrem da demora das desapropriações e ausência de financiamentos. O fato é que o corredor logístico poderia reduzir em até 75% o custo dos fretes. A ferrovia atenderia também a empresas de mineração, principalmente a Companhia Siderúrgica Nacional. Haveria interesse em fazer dela concessão público-privada?

Em 2015, uma centena de projetos de concessões ao setor privado foram relacionados pelo governo federal no valor de R$200 bilhões. Porém, não se conseguiu incentivar as empresas. O governo interino de Michel Temer está tencionando colocar em ação poucos projetos, mas que tenham logo partida. A Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos, dirigida por Moreira Franco, que já foi governador do Rio de Janeiro, tem amealhado projetos que englobam R$31 bilhões. Citados já foram os aeroportos de Fortaleza, R$1,8 bilhão; Salvador, R$3 bilhões; Florianópolis, R$1,1 bilhão; Porto Alegre R$2,5 bilhões. As ferrovias de maior monta de recursos. A Ferrovia Norte-Sul estimada em R$13 bilhões e a Ferrogrão estimada em R$10 bilhões. Terminal portuário de Recife de R$7 milhões. O problema é que o governo interino mostra devagar a sua cara. A programação pode ser maior. Na verdade, as aberturas de concessões se sucederão por uma série de editais para leilões.

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