17/08/2016 - EMPRESAS ESTATAIS EM QUESTÃO
A história das empresas estatais é a demonstração de que elas
encontrariam respaldo nas áreas de defesa e de infraestrutura, devido o
nacionalismo ou a segurança nacional. Elas eram muito poucas até os anos de 1950,
quando o governo nacionalista de Getúlio Vargas aprovou a criação do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico, para financiar empresas exclusivamente
de brasileiros. Hoje, não existe mais isto. Ele se tornou o BNDES, financiando
governos estaduais e municipais, além de capitais estrangeiros, práticas iniciadas
por José Sarney (1985-1989). A sina do BNDES sempre foi a de financiar o grande
capital e com subsídios. Praticando também benesses, na era Vargas surgiu o
Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia. Em seguida, o Estado realizou o
sistema elétrico estatizado, bem como o sistema de telefonia, de águas,
esgotos, de saúde e do petróleo (esta é Petrobras. Aliás, surgiram dezenas de
“bras” como sufixos de estatais). Todas elas grandes empresas. Poucas davam
lucro e os prejuízos eram pagos pelos cidadãos.
O regime militar, de 1964 a 1984, criou em 21 anos 47
estatais. O choque do petróleo de 1973 colocou em xeque todas as referidas
estatais cuja matriz operacional se baseava no petróleo e o Brasil importava
mais do que 80% do petróleo que consumia. Elas mais foram criadas de 1974 a
1979, para esforço de resolver a grande dependência de combustíveis, indo a
Petrobras para a plataforma marítima, o que a levou a ser um gigante. Porém, o
esforço de estatais como as do Proálcool não lograram êxito continuado, quando
o petróleo voltou a ter preços competitivos a elas.
As estatais custam muito caro e muito têm contribuído para o
déficit público. Explicam-se pelo grande cabide de empregos que geravam ou
geram, ora foram de militares, ora foram e são de políticos, de altos salários.
Tornaram-se lucrativas, depois de
privatizações, cujas maiores exemplos estão na mineração, principalmente
Companhia Vale, elétricas, siderurgia e telefonia, além do dinamismo ocorrido
com o fim de reservas de mercado que existiam na área de informática e
automobilística.
Em 13 anos, os governos do PT criaram 43 empresas estatais
(29%), no rol de 149 existentes. O jornal Valor Econômico de anteontem fez
reportagem recente de que a maioria delas tem dado prejuízo. O jornal O Globo
de ontem, na coluna de Miriam Leitão também mostrou isso. Referido gancho
retraiu o grande capital do setor privado, que, ao invés de produzir mais,
ficou com recursos aplicados nas tetas do governo, no mercado financeiro da
dívida pública, que paga em média 14,25% ao ano. Os capitalistas brasileiros
reclamam do espaço preenchido por estatais demais, argumentando que são mais burocráticas
e não são eficientes como as firmas privadas.
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