03/08/2016 - COMEÇO DA MELHORA



Começaram sinais de reanimação da economia brasileira. Ontem, o IBGE divulgou sinais de melhoria da indústria de forma consistente pelo quarto mês seguido. Janeiro já tinha começado bem, mas com forte queda em fevereiro. Mesmo assim, trata-se de um processo que está se consolidando, visto que a indústria vinha se deteriorando desde 2009.  Alta do dólar facilitou o processo de recuperação, dando-se ele de forma em geral. Colocando de lado o agronegócio, que não deixou de crescer, embora pouco, nestes mais de dois anos de recessão. A indústria de calçados é uma das que tem reagido. A expedição de papel ondulado, utilizado nas embalagens dos produtos e o consumo de energia elétrica em mercado livre, com os quais se abastecem as grandes empresas, já apresentam crescimento nos indicadores industriais mais recentes. As importações de insumos industriais também aumentaram para servir à indústria.

De semelhante importância têm mudado os indicadores de mais confiança, tanto nos setores empresariais quanto de consumidores. O mercado financeiro já vem demonstrando otimismo desde o início do ano. A BOVESPA já se valorizou mais de 20% e o otimismo ainda permite ver que há espaço para crescer as aplicações em ações. Por seu turno, o risco-País, que é o custo do seguro sobre os títulos da dívida externa caiu dos 540 pontos para menos de 300. As revisões semanais dos 120 analistas financeiros consultados pelo Banco Central, semanalmente, tem recuado. De uma estimativa de – 3,8% para – 3,2% para a queda do PIB deste ano. O Ministério do Planejamento previa também - 3,8% e está prevendo – 3,1%.

Em sua coluna de hoje, da Folha, intitulada “Só a política”, Antônio Delfim Netto, assim se pontifica: “Existem miríades de coisas a fazer (principalmente na microeconomia), mas na macroeconomia só há uma: dar à sociedade a certeza de que a recuperação do desenvolvimento econômico depende da construção do equilíbrio fiscal e que ele será feito com a maior justiça possível... O ‘teto’ (do dispêndio publico) só faz sentido se acompanhado na redução dos dispêndios com os juros da dívida pública, dos gastos da previdência e de uma melhora no estado de espírito dos agentes econômicos”.

A “política” a que se refere é o apoio do Congresso, que o presidente interino está obtendo, mas cuja “costura” é demorada e difícil. No campo da microeconomia citado estão as reformas para a melhoria do ambiente geral dos negócios.

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