21/08/2016 - BOLSA BNDES MAIOR DO QUE BOLSA FAMÍLIA
Os governos do PT têm enfatizado que retiraram da pobreza 42
milhões de pessoas. Porém, quantas pessoas retornaram à pobreza depois do PIB
ter recuado próximo de 8%, no biênio do 2º trimestre de 2014 ao 2º trimestre de
2015? Segundo o IBGE, conforme exposto no artigo de ontem cerca de 5 milhões de
desempregados de forma aberta. Se cada família tiver três membros, isto
afetaria 15 milhões de cidadãos. Porém, não para aí. Quantos ainda irão voltar,
até que se conheçam as estatísticas finais da recessão, cujo desemprego
continua ainda forte até o final deste ano. Isto é, por mais dois trimestres?
Ademais, a brutal recessão de agora, a maior da história, trouxe malefícios em
geral, que somente em 2022 (dez anos depois) poderá ser recuperada a renda de
2013. Aqueles que saíram da miséria, a exemplo dos beneficiados pelo Programa
Bolsa Família, sendo mais de 14 milhões de famílias, tendo cada uma três
membros, seriam 42 milhões de cidadãos. Evidente que o citado Programa é importante
e deve ser aperfeiçoado. Gasta-se com ele cerca de muitos bilhões. Mas quanto
se gasta com assistência financeira do Bolsa BNDES? Visto que o BNDES transfere
ao Tesouro os subsídios dos juros dos financiamentos. Em artigo publicado pela
Folha, no dia 19 passado, o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas de
São Paulo, Bernardo Guimarães, que deve ter feito cálculos, assim se refere: “A
meu ver, essa foi uma política desastrosa. Gastar mais do quer o custo do Bolsa
Família em subsídios para realocar o crédito é um péssimo uso dos recursos
públicos... Se a culpa é da maldade, os empréstimos subsidiados do BNDES
existiram para encher os bolsos de alguns, todos sabiam que essa intervenção
não fazia sentido”.
Na verdade, desde sempre o BNDES tem financiado o grande
capital. Ampliou desde os anos de 1980 para municípios, Estados e empresas
públicas. Tais financiamentos vão em sua maioria para empresas gigantes
nacionais e multinacionais. BNDES ainda
tem contribuído para as desigualdades regionais. O professor de economia da
UFBA, Armando Avena, em artigo no jornal Correio da Bahia, assim se referiu: “Os
desembolsos per capita do BNDES em 2015 mostram que a região Nordeste recebe do
principal banco de desenvolvimento do País apenas 100 reais per capita,
enquanto a região Sudeste recebe 700 reais por pessoa e a região Sul cerca 1
mil reais por habitante”.
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