23/05/2016 - INVENTÁRIO RECEBIDO POR TEMER
Após uma
semana, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Romero
Juca, apresentaram à sociedade que o déficit primário, previsto para este ano,
não é do proposto em abril ao Congresso, de R$96,7 bilhões, para alterar a lei
de meta fiscal de 2016, cuja revisão tem que ser aprovada até o final deste
mês, daquele superávit primário previsto de cerca de R$30 bilhões. Meirelles
anunciou a previsão deficitária de R$170,5 bilhões e disse que não irá propor
revisão do déficit anunciado ainda neste exercício. Nada adiantou para 2017 e
2018. Jucá, demonstrou claramente que, embora seja ministro, quem comandará a
equipe econômica será Meirelles, que dará a palavra final no pacote de medidas
para os próximos dias, acerca de honrar compromissos atrasados e compor a
dívida dos Estados. Ele vai devagar por que tem pressa, dizendo que nada irá
esconder debaixo do tapete. Apenas, a questão da Eletrobras e da Petrobras
acredita que serão resolvidas pelo mercado. Na Petrobras, colocou Pedro
Parente, que já fora chefe da Casa Civil de FHC, que declarou que a
administração da Petrobras será efetuada por profissionais e não mais por
políticos.
O presidente
interino apresentará os cortes de gastos amanhã, quando levará ao Congresso a
nova meta fiscal. Dilma afirmou que Temer superestimou déficit para ampliar
cortes. Assim, do déficit anunciado de R$170,5 bilhões decorreu porque a
receita prevista por Dilma foi reduzida em R$107,9 bilhões. A arrecadação
proposta no orçamento subia nominalmente 17% e de forma real a 9%, em relação a
2015, quando todos sabiam que a economia estava em recessão. A equipe atual
atuou de forma lógica, em reduzir a receita orçamentária em 4%.
Considerando
que os debates continuam sofre o afastamento definitivo da presidente Dilma
levam em conta as pedaladas fiscais, ou seja, gastos não autorizados pelo
Congresso, já há um movimento de incluir também como causa do impeachment a
renúncia fiscal para a FIFA, quando da Copa do Mundo, além dos gastos para
estádios que já foram projetados e são antieconômicos. O Brasil já fora
escolhido para sediar a Copa, mas também o governo “pedalou” em mais de R$30
bilhões, seja em obras, seja em isenção de tributos. Quer dizer, são três
causas que poderão ser enquadradas na Lei de Responsabilidade Fiscal. A
Constituição, no seu artigo 85 é bem clara ao caracterizar como crime de
responsabilidade, se o (ou a) presidente da República desobedecer à meta
fiscal.
O governo
atual liberará os R$21 bilhões retidos pelos cortes ainda não realizados,
previstos no orçamento anual. Isso poderá folgar um pouco a educação, a saúde e
até o auxílio moradia dos embaixadores, conforme proposta do Ministério das
Relações Exteriores.
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