05/05/2016 - INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO
A ineficiência
do setor público se verifica desde a colonização, quando se instalou uma
cultura cartorial, isto é, no serviço público brasileiro, de que “tudo” precisa
de registro, processo, despachos, pagamento de taxas, prazos para transcorrer,
reuniões de comitês para decisões, empenhos, autorizações, orçamentos,
publicações nos diários oficiais, dentre outras exigências, tais como as de
vigilâncias, meio ambiente, saúde, medicina do trabalho, comissões de prevenção
de acidentes, carteiras de trabalho, de saúde, de identidade, de contribuinte,
de isenções, enfim, até reconhecimento de firmas, que foram dispensadas no
passado, mas que são obrigatórias e precisam ser obedecidas por rituais
próprios. Um exemplo simples, visto ontem, o de uma baixa de hipoteca de um
financiamento via Consórcio CAIXA, baseada em Brasília, teve tanta gente
assinando e reconhecidas firmas lá, que, depois em Salvador, obteve novamente o
reconhecimento do reconhecimento de 14 firmas, cada a R$3,80, com selo e
rubrica, em uma manhã para fazê-los. Retornando à longínqua história, após o
Império, a partir de 1822, o Brasil assumiu a dívida de Portugal com os
credores da época, para quitar em dezenas de anos à frente, mais dívidas das
guerras de independência perante a Inglaterra. Assim, ao nascer devendo, sempre
precisou gerar receitas maiores do que as despesas, para pagar, pelo menos, os
juros da dívida, quando deveria também pagar principal e outros encargos, tal
como comissões e propinas. Porém, déficits fiscais vieram a ocorrer com
frequências, subordinando o País a interesses de países imperialistas, que
impunham condições para reescalonar os débitos vencidos. O Brasil fez várias
moratórias, sendo a última em 1987. Portanto, somente veio estabilizar a sua
economia, a partir de 1994, mediante Plano Real. Daquela época para cá, pelo
menos, estabeleceu como bases da sua economia o equilíbrio fiscal, fazendo
superávit para pagar, se não o total, mas pelo menos parte da dívida e encargos
vincendos; equilíbrio cambial, perante câmbio flutuante e regulado pelo Banco
Central; equilíbrio monetário, visando controlar a inflação para não sair da
casa de um dígito. Entretanto, desde o império brasileiro que se vê uma sanha
tributária em articulação, para manter um Estado pesado, burocrático e
ineficiente.
Depois do Plano Real, repete-se
aqui, houve 18 anos de superávit primário. Porém, o governo da presidente
Dilma, gastou muito mais do que o crescimento do PIB, incorrendo em 2014, ano
da sua reeleição, déficit primário, quando o Tribunal de Contas da União (TCU)
também verificou que, disfarçadamente, seu governo tomava emprestado de bancos
oficiais, dinheiro para compor déficits crescentes do erário. O TCU não aprovou
suas contas de 2014 e as enviou ao Congresso, ainda não votadas. A tais erros
se chamou de “pedaladas” fiscais. Autoridades do TCU já admitem que as
“pedaladas” continuaram por 2015. As citadas “pedaladas” desobedecem a Lei de
Responsabilidade Fiscal, razão pela qual a presidente Dilma está sendo alvo de
processo de impeachment.
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