12/06/2016 - ECONOMIA É PRIORIDADE MÁXIMA
O Senado, após 20 horas, afastou
a presidente Dilma, por até 180 dias, quando 78 senadores votaram pelo parecer
do senador Antônio Anastasia, a favor do impeachment, sendo 55 votos pelo
afastamento (70,5%), 22 votos foram contra e Fernando Collor se absteve, ele
que foi o primeiro presidente brasileiro, dentre 36 presidentes republicanos a
sofrer impeachment. Aberto o processo, haverá a segunda votação definitiva no
Senado. O seu vice-presidente, Michel Temer, assume, interinamente, mas mudou
todo o ministério, que era de 32 ministros, sendo reduzidos agora para 22
ministérios. A prioridade máxima da nova gestão será a recuperação da economia.
Para tanto, ele, em tese, conta com o apoio de 367 deputados federais (73%) e
com 55 senadores (71%), para poder votar as medidas de reformas estruturais
indispensáveis à retomada do crescimento econômico.
O governo de Michel Temer começa,
na economia, de forma semelhante ao governo de Lula, em cujo período o PIB
cresceu 4% em média anual, ao colocar no principal cargo, como Ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles, ele que foi presidente do Banco Central com Lula,
quando determinava os preços vitais da economia, juros e câmbio. Agora, também
lhe cabe encaminhar o ajuste fiscal, incompleto com Dilma, voltando ao País a
ter superávit primário. Meirelles tinha vasta experiência como banqueiro, tendo
sido presidente mundial do Banco de Boston, acreditado internacionalmente, eleito
deputado federal pelo PSDB, em 2002, deixou a função para ser presidente do BC
de Lula, do primeiro ao último dia dos oito anos de gestão. Colheu êxitos. No
período de Dilma voltou à iniciativa privada como um dos dirigentes do grupo
JBS, maior processador de carne do mundo, mas também exportador de biodiesel,
couro, colágeno, transportadora e um banco novo, o Banco Original, cujas contas
bancárias são virtuais, inovando em finanças. O JBS agora se dividiu em dois,
com uma divisão JBS chefiada em São Paulo e outra divisão JBS internacional,
baseada na Irlanda.
Conforme já vinha anunciando
Antônio Delfim Netto, as prioridades na economia serão as exportações e a
recuperação industrial. Não sem motivo, a principal manchete de primeira página
da Folha de São Paulo é de que “Temer alterará governo para priorizar comércio
exterior”. Assim, a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), esvaziada nos últimos
anos, vai se transformar no principal órgão de política comercial mundial.
Segundo a Folha, Temer está convencido de que as exportações serão uma das
principais alavancas da retomada. Para a Folha, Temer presidirá a CAMEX. Para
Miriam Leitão, do jornal O Globo, Meirelles é que presidirá a referida Câmara.
Por seu turno, José Serra, que será Ministro das Relações Exteriores, receberá
a Agência Brasileira de Promoção das Exportações (APEX), transferida do
Ministério do Desenvolvimento, que corresponde a 50% daquele órgão, para
deflagrar um processo externo de abrir mais ainda a economia brasileira, vez
que as transações brasileiras internacionais correspondem somente a 1% das
transações mundiais.
Enfim, agora é aguardar as ações
proativas.
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