19/05/2016 - POLÍTICA ECONÔMICA EXTERNA É A PRINCIPAL GUINADA




A economia positiva se desdobra em microeconomia e macroeconomia. A economia normativa em política econômica doméstica e política econômica externa. A positiva é a teoria. A normativa é a prática. O atual governo de Michel Temer colocou no Ministério do Comércio Exterior, braço econômico, associado ao Itamaraty, braço de política internacional, o experiente economista e político, José Serra, senador pelo PSDB-SP, que tomou posse ontem, declarando que exercerá a política externa sem partidarismos. Isto porque o Brasil, em mais de treze anos de orientação programática do PT, não prosperou com acordos multilaterais, enquanto outros países emergentes realizaram acordos bilaterais, a exemplo na América latina de Chile, Peru e México, que cresceram muito mais, em busca de se tornarem países ricos. Todavia, o Brasil cresceu pouco, por volta de uma década e ingressou na maior recessão da sua história, amargando aproximadamente três anos de empobrecimento, fato inédito, visto que as estatísticas nacionais somente evidenciam recessão em dois anos, nos piores anos do capitalismo mundial, em 1930-1931, quando o mundo atravessou a Grande Depressão. O fato é que, secularmente, o Brasil não passou de 1% nas transações internacionais, sendo considerado um país pequeno no comércio internacional, embora de quinta extensão territorial no globo. Portanto, o País irá realizar com Serra os acordos bilaterais, em profusão, visando tornar o Brasil um grande país em transações mundiais. Para ele, o Brasil não terá preferenciais ideológicas de um partido político com seus aliados no exterior. Os interesses nacionais estarão em primeiro lugar. O Brasil ficará vigilante às violações da “democracia, liberdades e direitos humanos em qualquer país”, mais o recado velado foi à Venezuela, onde ocorrem conflitos de rua e atentados conhecidos há vários anos. Ademais, a sua alusão é também ao conjunto de apoios comerciais, financeiros e de investimentos do País, na América Latina, notadamente em Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua, São Salvador, assim como com ditaduras de dezenas de ano na África, as quais o governo da presidente Dilma perdoou dívidas por volta de US$1 bilhão. A propósito, é sabido que os governos petistas se utilizaram do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em contratos até agora sigilosos, para financiar centenas de obras públicas fora do País. Agora se ascende a esperança de que se tornem públicos tais contratos, mediante a mudança do comando do BNDES, por uma mulher de reconhecida competência. O BNDES, desde 2007, veio sendo conduzido por Luciano Coutinho, orientado para as referidas práticas. Serra declarou ainda que avaliará a abertura de 70 embaixadas para países ideologicamente identificados com os petistas, além de já ter pedido mais verbas para que o Itamaraty, que estava muito desfalcado, de mais R$800 milhões.

Serra apresentou dez novas diretrizes para atuação do Itamaraty, fazendo menção à Argentina, como parceira preferencial na América Latina, além dos Estados Unidos, China, Japão e os países da União Europeia, parceiros de novos acordos comerciais, de forma bilateral.

Dessa maneira, até agora, a política externa brasileira é a principal guinada. “Recordar é viver”, mas sem nenhum saudosismo. Em 1964, o Brasil tinha o 49º PIB mundial. Nos melhores anos de Lula se chegou a 6º (embora com câmbio muito apreciado) e hoje está em 9º.

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