10/05/2016 - DESIGUALDADE DE RENDA DOS RICOS
Já era tempo da Secretaria de
Política Econômica do Ministério da Fazenda, cujo titular é o substituto do ministro
da área, usasse os dados das declarações do imposto de renda anuais, visando
orientar suas ações, coisa que vem sendo usado por economistas interessados em
calcular as desigualdades na distribuição de renda, bem como para cálculos
anuais do coeficiente de Gini, que mede as desigualdades dos 10%, 20% e,
sucessivamente, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Mas, as
divulgações são parciais. Somente sobre ricos. Assim, no Brasil, em 2014,
conforme a Receita Federal, o 1% mais rico da população, cerca de 270 mil
pessoas, respondem por 48,5% da renda bruta gerada pelos 5% mais ricos, por
volta de 1,350 milhão de brasileiros. Esse patamar está próximo do existente na
Alemanha, de 49,4% e, do Reino Unido, de 46,2%. Os dados para 2015, com base
nas declarações do imposto de renda, entregues até o mês passado, devem ser
publicados até outubro. É claro que a divulgação é parcial e seletiva. Sem
dúvida, o perfil dos ricos no Brasil está perto dos ricos europeus. Ricos são
sempre ricos no capitalismo.
Aguarda-se que o IPEA divulgue os
dados do coeficiente de Gini nestes quase três anos de forte recessão. A
expectativa mais lógica é de que a desigualdade nos perfis de renda, por decis,
elevou-se consideravelmente.
A pesquisa semanal Focus do Banco
Central como novidade trouxe o fato de que os 120 entrevistados reduziu a média
de dois centésimos do PIB de recuo deste ano, de 3,88% para 3,86%. Muito pouco,
mas parou de piorar como vinha fazendo desde o início do ano. Para a inflação,
acreditam em 7% em 2016, recuando para 5,62% em 2017. As previsões lentamente
estão melhorando os sinais da economia.
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