18/05/2016 - MUDANÇAS PROATIVAS
A interrupção de um governo em
fase aguda de recessão e desemprego, segundo levantamento do professor de
Economia Internacional, Reinaldo Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, analisando 15 casos em 9 países da América Latina, de 1982 a 2012,
revelou que o PIB saiu de um crescimento médio de 2%, no momento crítico do
impedimento, para 4%, três anos depois, além do saldo das contas públicas
deficitárias passaram de – 4% para 0,3% do PIB, no mesmo período. Portanto,
concluiu Gonçalves, mediante indicadores próprios, que “a taxa de sucesso de um
novo governo, após a interrupção da gestão do antecessor, é de 60%”. Isto é,
mudanças de mentalidade levaram a mudanças proativas. Por exemplo, em síntese,
com a volta da confiança, as empresas podem suspender planos de demissão e
retomar projetos de investimentos.
Em cinco dias de presidência
interina, Michel Temer está montando uma equipe que procura promover mudanças
ditas proativas, tendo como lema “ordem e progresso”, o dístico da bandeira
nacional. As conduções do primeiro e segundo escalões estão sendo mudadas. Para
deixar claro qual será o déficit primário deste ano, que o governo anterior
queria que a meta vencida em maio fosse votada, de R$97 bilhões, quando o rombo
deixado se apresenta em 4,5 meses, na estimativa atual já ultrapassa de R$150
bilhões. A reforma da previdência está sendo negociada com as centrais
sindicais, para ser votada em um mês. Ela como está tem um déficit de R$134
bilhões. Já atualmente insustentável. O Ministro da Fazenda, Meirelles, está
visualizando mudanças que possam garantir aposentadorias no futuro, o que
passará pela elevação da idade de aposentadoria. A legalização de jogos de azar
poderá gerar receitas de R$21 bilhões, o que para muitos ministros atuais
poderá substituir a CPMF ou duplicá-la, o que será objeto de votação no
Congresso, onde já existem dois projetos sobre jogos. Os acordos de leniência
deixarão de ser feitos empresa por empresa (de duas que já foram feitas?), para
ter-se um marco regulatório de leniência para submeter às 29 empreiteiras
implicadas na Lava-Jato. A burocracia já está sendo examinada pelo Ministro da
Agricultura, Blairo Maggi. Enfim, ações estão aparecendo, dentro do discurso de
Meirelles de que “devagar porque tenho pressa” ou em outras de suas palavras
“mover rápido, mas de forma eficaz”. Resumo da ópera: Meirelles está cogitando
medidas duras, tais como cortes nos gastos públicos, mediante fixação de tetos;
encaminhar para votação a reforma da Previdência, que FHC, Lula e Dilma não
conseguiram aumentar a idade mínima de aposentadoria; indicação de Ilan
Goldfajn, doutor em economia pelo MIT e economista-chefe do Banco Itaú, para o
Banco Central, com claro recado de combater a inflação; sinalizar para a controversa
reforma trabalhista.
Pesquisa do informativo Focus,
feita semanalmente pelo Banco Central, através de consulta a 120 especialistas
econômicos, revelaram que a estimativa do PIB se estabilizou na sua taxa de –
3,8%. Mas, a estimativa para 2017 é de crescimento de 0,5%. A expectativa da
inflação para este ano é de 7%. Porém, para 2017 é abaixo de 6%, convergindo
para o centro da meta de 4,5%, descendo do teto de 6,5%. Como se sabe, pela
experiência da referida pesquisa de tendências, neste caso, lentamente, a
recuperação se poderá demonstrar a cada semana. Somado com a pesquisa mensal da
Confederação Nacional da Indústria, que é a mais alta em 16 meses, mostrando as
duas, três pontos de inflexão. O quarto ponto de recuperação está na balança
comercial com o exterior, que tem crescido e já mostra em 4,5 meses um saldo
positivo de US$16,224 bilhões. O quinto ponto de inflexão está na utilização da
capacidade ociosa da indústria de 23%. E, assim, por diante.
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