06/05/2016 - CONCESSÕES DE AEROPORTOS
O primeiro leilão de aeroportos,
para concessões do setor privado foi em 2012, só houve até agora um segundo
leilão. Poucos aeroportos foram contemplados. Existem cerca de 60 deles em
proposituras. A Lei das parcerias público-privadas é de 2005. Os governos do PT
sabem que não possuem recursos em caixa para bancar investimentos gerais em
infraestrutura. Portanto, vê-se como são lentos os leilões de concessões
federais. Não é por falta de interessados. No referido primeiro leilão da
espécie já havia 12 proponentes, que ofereceram ágios de até 400%. O agravante
na área de aeroportos é que, muitos deles, tais como os de Fortaleza, onde as
obras para a Copa foram abandonadas, ou o de Salvador, onde elas estão
incompletas. Os contratos poderão ser renovados.
Na pauta desta semana da Agência
Nacional de Aviação Civil (ANAC), foram abertos editais para as concessões dos
aeroportos acima citados de Salvador, Fortaleza, mais os de Porto Alegre e
Florianópolis. As datas previstas são ainda para setembro. O montante estimado
mínimo de arrecadação é de R$4,1 bilhões, para os quatro aeroportos, que dessa
vez não contarão na sociedade com a Infraero. Haverá somente iniciativa
privada.
O modelo de disputa foi mantido
em relação às duas outras licitações, vencendo aquele (a) que oferecer a maior
outorga. Cada empresa só poderá fazer oferta para um aeroporto. Para Salvador e
Porto Alegre, a condição é de experiência de operação com 9 milhões de pessoas
anuais. Para Fortaleza e Florianópolis é de 7 milhões de almas. A oferta mínima
para Salvador é de R$1,5 bilhão por concessão de 30 anos. Mas, serão
necessários investimentos estimados de R$2,2 bilhões. Para Fortaleza, a
proposta mais baixa é de R$1,3 bilhão, sendo necessárias inversões privadas de
R$1,3 bilhão, tempo de 30 anos de exploração. Existem lá obras da Copa de 2014,
abandonadas. Para Porto Alegre a oferta mínima a ser lançada é de R$729
milhões, havendo inversões estimadas de R$1,6 bilhão do grupo privado vencedor,
concessão de 25 anos. Para Florianópolis a oferta mínima lançada será de R$329
milhões, cujos investimentos privados poderão ser de R$887 milhões, exploração
prevista de 30 anos.
A medida da ANAC segue atitudes que
estavam travadas, mas que parecem estão se destravando, no muito provável
afastamento da presidente Dilma, ela agora é que está tentando “mostrar
serviço”. No dia primeiro, último, lançou 25 decretos, desde a correção de 5%
na tabela do imposto de renda, a partir do ano que vem correção de 9% dos
benefícios do Programa Bolsa Família, contratação de 25 mil casas (só?) do
Programa Minha Casa, Minha Vida, desapropriação de 35,5 mil hectares para a
reforma agrária, destinação de 21 mil hectares para quilombolas, liberou
recursos para projetos de igualdade racial, assinou decretos de criação de
reservas indígenas. Nesta semana, deu sequência aos decretos anunciados, antecipando
(que seria em junho) o financiamento de R$30 bilhões para a pequena produção,
mediante juros bastante subsidiados, a partir de 2,5%, antecipando (que seria
também em junho) o financiamento para o Plano Safra, destinado à grande
produção de R$203 bilhões, também com juros subsidiados, variando de 8,5% a
12,75%, dentre outras medidas que gerarão despesas pra o erário. Nessa corrida,
a oposição antevê o desespero em provavelmente não retornar mais o poder,
procurando ainda apoiar-se em movimentos populares, para quem sempre destinou
recursos substancias e de cooptação.
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