31/10/2015 - EQUÍVOCOS DA POLÍTICA ECONÔMICA, SEGUNDO PMDB




A Nova República se iniciou em 1985, quando o PMDB tomou a dianteira de todos os partidos, hoje são 35 deles, assumindo com José Sarney a presidência da República, em eleição indireta, ele, que era vice, assumiu a direção com a morte de Tancredo Neves. Daquela época para cá, o PMDB se constituiu em um partido formador de alianças. Depois de Sarney não teve mais protagonismo, tornando-se partido de sustentação de todos os cinco governos subsequentes. Neste ano, declarou que terá candidato próprio às próximas eleições de 2018, tendo uma grande parcela querendo romper com a base aliada atual, dirigida pelo PT. Dessa forma, divulgou nesta semana, um diagnóstico, em versão preliminar, para orientar a reunião nacional do próximo dia 17 de novembro, cujo texto contou também com a participação do economista e ex-ministro Delfim Netto. O texto procura eximir o PMDB dos erros da política econômica do governo Dilma. Inicia-se, afirmando que o PT partiu de um “diagnóstico errado” da economia. “Não se compreendeu que a responsabilidade fiscal, embora condição necessária da estabilidade da economia, não se afigura motor do desenvolvimento econômico”. Quer dizer, a equipe econômica assumiu déficit primário no triênio de 2014 a 2016, atitude única na história, de uma recessão que está descambando para o início depressivo. Em seguida, afirma que outro erro é atribuir que a deterioração econômica desde 2011 se deve ao quadro internacional. Ora, a economia mundial vem crescendo acima de 3% anuais. Arremata com força, dizendo que a raiz do problema econômico está em que “a denominada ‘nova matriz econômica’, adotada pelo governo já há alguns anos, parece estar na raiz de todos esses problemas e dificuldades. Passou a basear-se no aumento das despesas públicas de uma forma em geral”. Como resultado final, admite que o governo demonstrou incompetência ao apresentar déficit primário em 2014, ter admitido superávit no início do ano de 2015 e agora falar em cavalar déficit fiscal, além de enviar ao Congresso Nacional projeto de déficit público para 2016.

No dia seguinte ao diagnóstico, 29, outro documento do PMDB, como prognóstico, intitulado “Uma ponte para o futuro” propõe a reprogramação da economia, mudar leis, evitar aumento de tributos e simplificar impostos, cumprir o orçamento, idade mínima para aposentadoria de 60 anos para as mulheres e 65 para os homens, dentre outras recomendações. Parece um canto para romper com a base aliada.

A meta fiscal não passa de tentativa de estimar com grande imprecisão o tamanho do rombo. Nesta semana afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, que neste exercício o déficit primário passará de R$110 bilhões, mais do que o dobro de três dias atrás, anunciados pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, perante o Congresso Nacional. Admite também Marcelo, que o déficit nominal será de 9,34% do PIB, correspondentes a R$536 bilhões.  Ninguém parece estar seguro de seus cálculos neste segundo mandato da presidente Dilma. Também nesta semana foi divulgado que o desemprego subiu para 8,7%, no trimestre encerrado em agosto, mais de um milhão de pessoas perderam emprego no período, sendo a maior taxa desde 2012, conforme a PNAD-Contínua. No trimestre encerrado em março o desemprego estava em 8,1%. O assunto é muito sério, visto que justamente chegando a agosto é que o desemprego começa a cair e não subir como está acontecendo.

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