30/10/2015 - INÍCIO DA QUEDA DO ATUAL CICLO
Depois da estabilização da
economia brasileira, a partir do Plano Real, em 1994, o Brasil iniciou uma fase
de ciclo longo de crescimento baixo (1995-2002), por volta de 2% anuais, mas,
depois com a era Lula (2003-2010), o País dobrou a taxa média de incremento do
PIB, por volta de 4% anuais. Convém observar que, de 2003 a 2008, a taxa de
crescimento foi de 4,2% ao ano. Porém, tendo começado na economia mundial, no
final de 2008, a maior crise da economia capitalista depois de 1929, o Brasil
ingressou em recessão somente em 2009, quando o PIB recuou 0,2%, recuperando-se
rapidamente em 2010, crescendo 7,6%. Portanto, a era Lula cravou incremento
médio anual do PIB de 4%. Para muitos conhecidos analistas econômicos, tais
como Samuel Pessoa e Alexandre Schwartman, o início do atual ciclo em queda
iniciou em 2009, quando as medidas anticíclicas foram, em resumo, no sentido de
subsidiar empresários e estimular o crédito para os consumidores. As doses de
subsídios e os gastos do governo foram muito elevados, que se seguiram altos,
vindo os preços serem cobrados anos à frente.
Para o experiente economista
Antônio Delfim Netto, a citada queda começou depois de 2009, em 2012. Para ele,
o primeiro ano do governo de Dilma (2011), continuou no crescimento virtuoso,
de 3,9%, devido ao fato dela adotar políticas anticíclicas para corrigir os
exageros de Lula em 2010. O presidente Lula terminou o governo com a aprovação
de 96% dos consultados pelo Instituto Datafolha. A presidente Dilma, no seu
primeiro ano obteve aprovação de 93%, segundo o mesmo Instituto. De olhos na
reeleição, baseada na pretensa manutenção da popularidade, ela fez logo dois
desastrados movimentos. O primeiro, em meados de 2011, forçando uma baixa prolongada
artificial dos juros básicos da economia, a taxa SELIC. O segundo, em setembro
de 2012, quando interferiu no setor elétrico, para também reduzir
artificialmente em 20% as contas de luz. Um terceiro movimento aconteceu com a
paralisia parcial das parcerias-público-privadas para a debilitada
infraestrutura, poucas foram feitas, visto que fixou critérios rígidos para
obtenção de taxas internas de retorno.
Enfim, a presidente não fez
também as reformas prometidas e a carga tributária cresceu para 36% do PIB,
recuando empresários em seus investimentos, crescendo o desemprego e retraindo
o consumo. Por seu turno o gasto público cresceu muito mais do que o PIB,
chegando ao arrombamento das contas nacionais em 2014. O ajuste fiscal de 2015
colocou o País em recessão. O Brasil perdeu o grau de investimento da agência
Standard & Poor’s.
Não sem motivo, mais um indicador
de que o Brasil está em ciclo prolongado de queda. No dia 27, passado, o Banco
Mundial divulgou a sua relação anual com 189 países, relativo ao ambiente dos
negócios. O Brasil obteve colocação ruim, em 116º lugar. No ano passado esteve
melhor, em 111º. Os indicadores que mostram a debilidade do País são: o tempo
médio de 2600 horas para pagamento de tributos, no penúltimo lugar (179º);
dificuldade para abrir uma empresa, levando em média 83 dias, situando-se em
174º; obtenção de alvará de construção, demora de 425 dias, em 169º posição.
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