22-10-2015 - NOVELA DO TRIPÉ ABANDONADO
Em 1999, FHC resolveu adotar, em
seu segundo mandato, um modelo de gestão econômica que vinha dando certo em
mais de 20 países, os quais mantiveram a estabilidade dos fundamentos da
economia. Todos na área do dinheiro, mediante interligação e sustentação, para
que a esfera produtiva funcionasse bem.
Primeira base do tripé, cabendo ao Banco Central (BC) executar o sistema
de metas da inflação, definido pelo Conselho Monetário Nacional. Segunda base,
nas mãos também do BC, de executar a política do câmbio flexível, comprando e
vendendo dólares, para evitar grandes variações do dólar. Terceira base,
exclusivamente, pelo Ministério da Fazenda, obter superávit fiscal. Ao
Ministério do Planejamento coube o acompanhamento das referidas ações, tão
diferente daquele período (1949-1979), em que havia o planejamento de longo
prazo. Isto é, definindo metas. Quatro anos de FHC, mais oito de Lula e três de
Dilma (1999-2013), quinze anos nos quais existiu em cada ano superávit
primário, o que, teoricamente, proporcionou capacidade de pagamento de parte
dos encargos da dívida pública e rolagem de principal. Em 2014, houve déficit
primário, depois de 18 anos (havia três anos anteriores de superávit de FHC,
1996-1998, que constavam da estabilização do Plano Real). O déficit nominal,
que teria de ser feito para pagar todos os juros e principal em 2014, passou
então a ser altíssimo, de 9% do PIB. Ademais, as contas nacionais de 2014 foram
rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Portanto, perdida a primeira
base, o superávit frustrado do ano passado, tornando-se déficit, enquanto
também a segunda base foi bastante corroída, o sistema de metas da inflação,
prevista em 4,5% e estando hoje acima de 9,5%, tornaram-se ambos em forte dor
de cabeça. Por seu turno, a terceira base foi mantida a duras penas, o câmbio
flutuante, mediante forte desvalorização do real e operações de swap do BC, de
grande prejuízo. Vive-se a novela do abandono do tripé.
Neste segundo mandato da
presidente Dilma, o TCU está orientando a pagar as pedaladas fiscais de R$40
bilhões. Por seu turno, o Ministério do Planejamento já reconhece frustração de
receitas, devido à recessão, por volta de R$10 bilhões. Sendo, portanto, o
provável déficit primário deste ano de 0,85% do PIB, R$50 bilhões. Em 2014, o
déficit primário alcançou 0,63% do PIB, R$32,5 bilhões. Assim, a consequência
será do governo endividar-se ainda mais, caminhando para uma dívida pública de
70% do PIB, lembrando-se que em 2011 era de 53%. Encalacrado, em agosto, o
governo remeteu proposta de orçamento de 2016, prevendo déficit de 0,5% do PIB.
Enfim, se acontecer três anos de déficit primário o País voltará muito atrás.
Urge, portanto, que se faça mais do que o ajuste fiscal. A esse respeito, o
artigo de ontem de Antônio Delfim Netto, na FSP, prevê mais de três anos de
desencontros, intitulado “Recomeçar”... Repetiu-se (velhas lideranças) com o
acidente FHC, em 1994, que mudou o Brasil. Enfastiado, o País elegeu Lula em
2002, ‘para mudar tudo’ e está terminando muito mal... o desenlace final em
2018, quando as urnas revelarem os seus segredos e enterrarem tudo que está aí.
Para a democracia sobreviver temos que permitir que ela se corrija!”.
Em 1999, FHC resolveu adotar, em
seu segundo mandato, um modelo de gestão econômica que vinha dando certo em
mais de 20 países, os quais mantiveram a estabilidade dos fundamentos da
economia. Todos na área do dinheiro, mediante interligação e sustentação, para
que a esfera produtiva funcionasse bem.
Primeira base do tripé, cabendo ao Banco Central (BC) executar o sistema
de metas da inflação, definido pelo Conselho Monetário Nacional. Segunda base,
nas mãos também do BC, de executar a política do câmbio flexível, comprando e
vendendo dólares, para evitar grandes variações do dólar. Terceira base,
exclusivamente, pelo Ministério da Fazenda, obter superávit fiscal. Ao
Ministério do Planejamento coube o acompanhamento das referidas ações, tão
diferente daquele período (1949-1979), em que havia o planejamento de longo
prazo. Isto é, definindo metas. Quatro anos de FHC, mais oito de Lula e três de
Dilma (1999-2013), quinze anos nos quais existiu em cada ano superávit
primário, o que, teoricamente, proporcionou capacidade de pagamento de parte
dos encargos da dívida pública e rolagem de principal. Em 2014, houve déficit
primário, depois de 18 anos (havia três anos anteriores de superávit de FHC,
1996-1998, que constavam da estabilização do Plano Real). O déficit nominal,
que teria de ser feito para pagar todos os juros e principal em 2014, passou
então a ser altíssimo, de 9% do PIB. Ademais, as contas nacionais de 2014 foram
rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Portanto, perdida a primeira
base, o superávit frustrado do ano passado, tornando-se déficit, enquanto
também a segunda base foi bastante corroída, o sistema de metas da inflação,
prevista em 4,5% e estando hoje acima de 9,5%, tornaram-se ambos em forte dor
de cabeça. Por seu turno, a terceira base foi mantida a duras penas, o câmbio
flutuante, mediante forte desvalorização do real e operações de swap do BC, de
grande prejuízo. Vive-se a novela do abandono do tripé.
Neste segundo mandato da
presidente Dilma, o TCU está orientando a pagar as pedaladas fiscais de R$40
bilhões. Por seu turno, o Ministério do Planejamento já reconhece frustração de
receitas, devido à recessão, por volta de R$10 bilhões. Sendo, portanto, o
provável déficit primário deste ano de 0,85% do PIB, R$50 bilhões. Em 2014, o
déficit primário alcançou 0,63% do PIB, R$32,5 bilhões. Assim, a consequência
será do governo endividar-se ainda mais, caminhando para uma dívida pública de
70% do PIB, lembrando-se que em 2011 era de 53%. Encalacrado, em agosto, o
governo remeteu proposta de orçamento de 2016, prevendo déficit de 0,5% do PIB.
Enfim, se acontecer três anos de déficit primário o País voltará muito atrás.
Urge, portanto, que se faça mais do que o ajuste fiscal. A esse respeito, o
artigo de ontem de Antônio Delfim Netto, na FSP, prevê mais de três anos de
desencontros, intitulado “Recomeçar”... Repetiu-se (velhas lideranças) com o
acidente FHC, em 1994, que mudou o Brasil. Enfastiado, o País elegeu Lula em
2002, ‘para mudar tudo’ e está terminando muito mal... o desenlace final em
2018, quando as urnas revelarem os seus segredos e enterrarem tudo que está aí.
Para a democracia sobreviver temos que permitir que ela se corrija!”.
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