07/10/2015 - PARCERIA TRANSPACÍFICO




Formada anteontem uma aliança comercial entre 12 países bastante competitivos, situados nas bordas do oceano Pacífico, chamada de Parceria Transpacífico (TPP, sigla, em inglês), um acordo de livre comércio, costurada há oito anos pelos Estados Unidos, sendo o maior acordo da espécie da história, envolvendo 40% do PIB mundial. Na verdade, os Estados Unidos querem reiterar sua hegemonia, facilitando suas ações de crescimento, já que sua economia está em forte ascensão. Para um país desenvolvido crescer por volta de 3% é a solidificação de seu poderio. Convém lembrar que os Estados Unidos nos anos de 1950 chegaram a ser responsáveis por 40% do PIB mundial. Hoje, por volta de 25% do PIB, o que agora intenta é aumentar a sua dominação. O acordo também é uma resposta ao avanço da China, que se capacitou há mais de três décadas e atualmente é a segunda potência econômica do mundo.

O Brasil não tem saída para o Pacífico e tem acordos somente com fracos parceiros do Mercosul, em frequentes divergências. O seu maior comprador de lá é a Venezuela, que não paga em dia e atravessa a pior situação econômica mundial, sendo sua recessão projetada pelo FMI de – 10% neste ano. Os 12 parceiros são um grupo de peso, destino de 25% das exportações brasileiras, composto por Estados Unidos, Japão, Canadá, México, Chile, Peru, Austrália, Nova Zelândia, Cingapura, Malásia, Vietnã e Brunei. No momento, a referida aliança prejudicará 2,7% das exportações nacionais, principalmente de carnes, máquinas e automotivos, conforme estudo dos pesquisadores Vera Thorstensen e Lucas Ferraz, da Escola de Economia da FGV, citados ontem pela FSP. Há seis anos que o governo de Barack Obama tem envidado esforços para concluir a parceria, compondo um conjunto de ações para sair da forte crise econômica internacional, começada lá, no final de 2008, o maior mergulho depois da grande depressão.

O Brasil articulou em meados deste ano uma grande parceria com a China, que seria a saída para o Pacífico, pelo Peru, país que já está crescendo acima de 6% anuais e membro da TPP citada. Mas, até o momento não saiu do papel o famoso trem para o Peru. Outros investimentos menores têm sido postergados várias vezes, conforme é a Transposição das Águas do Rio São Francisco, bem como dezenas de obras menores do que ainda não estão inauguradas e foram adiadas. As chamadas obras do PAC.

A notícia fez com que o Ministério do Desenvolvimento procurasse se movimentar mais, para viabilizar o acordo do Mercosul com a União Europeia, costurado há 16 anos. Entretanto, os Estados Unidos também vem se articulando com ela, para formar acordo semelhante de livre comércio. Segundo José Augusto Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil: “Se acordo entre EUA e Europa fechar, asfixiará o Brasil”.

Para piorar as expectativas sobre o Brasil, o FMI projetou uma recessão de – 3%, em 2015 e de – 1% em 2016. A agência internacional de risco Moody’s confirmou concordar com tais estimativas, afirmando que, se o Brasil não concluir logo o ajuste fiscal, irá retirar o selo de qualidade para o investimento no País, podendo a segunda agência de risco, entre as três maiores, colocar o País no grau de especulativo.

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