05/10/2015 - SUPERAR CRISE DE CONFIANÇAS




A economia é puxada pela demanda agregada, que é o conjunto dos consumidores, mais os investimentos, mais o governo, mais o setor externo (DA = C + I + G + X – M). O setor externo é o único com sinal positivo. Isto é, as exportações (X) menos as importações (M). Porém, o sinal do positivo do setor externo não se deve ao bom desempenho dele, e sim, de suas restrições. A forte desvalorização da moeda brasileira, perante o dólar, promoveu estímulos às exportações, mas o seu valor em dólar tem sido menor no acumulado deste ano em relação ao ano passado, assim como as importações ficaram mais caras, havendo maior retração na sua pauta neste ano do que igual período do ano passado. Conforme anunciado pelo governo os seus gastos foram contraídos em pelo menos 30%, os capitalistas demonstram forte recolhimento de seus projetos de inversões e, os consumidores, perante elevada inflação e aumento da taxa de desemprego, postergam consumo de uma forma em geral.

Conforme a Fundação Getúlio Vargas, cinco principais indicadores podem ser observados quedantes, de 2011 para 2015. O índice de confiança do consumidor caiu de 121,6 pontos para 76,3, correspondentes a 37,3%. O índice de confiança da indústria se retraiu de 112,8 pontos para 66, equivalentes a 41,5%. O índice de confiança da indústria de construção civil se contraiu de 139,0 pontos para 65,9, representando o maior mergulho de 52,6%. O índice de confiança do comércio se reduziu de 133,8 pontos para 82,6, correspondentes a 38,3%. O índice de confiança do setor de serviços caiu de 128,2 pontos para 68,4, equivalentes a 46,7%.

Para o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy: “A inflação está hoje perto de 10% e vai cair no ano que vem. Isso permitirá ao Banco Central avaliar a redução dos juros. Se arrumar o fiscal, os juros podem cair. Eu acho assim, se o País conseguir em um mês tomar as medidas certas na área das contas públicas, no Carnaval poderemos estar com outra conversa. Podemos estar falando em crescimento” (extraído da coluna de Miriam Leitão, do jornal O Globo de hoje, intitulada “Quando o Carnaval chegar”). No mínimo, mais cinco meses de recessão econômica é o que se pode deduzir.

A questão é: por que não realizar as reformas estruturantes logo? O próprio ministro já as mencionou. Por que não?

 

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