11/10/2015 - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM UM VIÉS DE AVALIAÇÃO
A Constituição de 1988 criou o
Sistema Único de Saúde (SUS), visando a que todo o brasileiro pudesse ser
atendido no sistema público. Porém, a interminável burocracia trouxe um porém.
Somente aqueles que têm a carteirinha. Sem registro, “não existe”, não é
atendido. Considerando o cadastrado, no mundo só há no Brasil a previsão de
atendimento de três princípios: (1) universalidade – todos têm direito; (2)
equidade – todos são iguais, também, em tese, no atendimento, visto que há
desvios, mas na curva normal; (3) integralidade das ações – todos têm direitos
aos benefícios em geral. Portanto, em tese, o SUS é maravilhoso. Na prática,
não funciona bem. Milhares de problemas e milhares de soluções se apresentam.
Em todas as aulas do autor desta coluna de uma página, diária, desde
01-01-2007, sempre ficou saliente que o problema da saúde brasileira é de má
gestão. O governo brasileiro se refere à falta de dinheiro. Para tal, FHC criou
o IPMF, transformado em CPMF, recursos que deveriam ir para a saúde. No
entanto, a maior parte dele se destinou aos gastos do governo que não a saúde.
Por isso mesmo, no final de 2007 foi extinto, não vigorando a partir de
01-01-2008. Agora, no final de 2015, a presidente Dilma, quer sempre foi
contrária ao tributo, agora o quer, lançando projeto para o Congresso decidir
de recursos destinados à saúde. Provavelmente, continuará o desgaste e não
passará, porque é extremamente reativo pelos parlamentares.
Ao nível internacional, a
consultoria britânica Economist Intelligence Unit, ligada à revista The
Economist, de mais de dois séculos, calcula o índice de qualidade morte para 80
países. Isto é, equivale aos cuidados para a assistência terminal ou
prolongamento da vida dos seres humanos. O Brasil se encontra em 42º lugar?
Assim, de que adianta dizer que tem um sistema universal, se ele cai aos
pedaços. As consultas são marcadas para meses a fio, faltam medicamentos
aparelhos, médicos, macas, transportes, ao tempo em que existem equipamentos
comprados sem serem instalados. Raras são as áreas em que merecem elogios,
talvez no combate ao HIV e a determinadas vacinas. O sistema é muito ruim, no
geral.
No País, o Ministério da Saúde é
o segundo que receber mais verbas do governo. Insuficientes. No entanto, tem
sido moeda de troca para manter a atual base aliada no poder. Ele não é
considerado importante pela sua necessidade, mas pelo volume de recursos que
movimenta.
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