18/10/2015 - EMPREGO NA INDÚSTRIA TEM 47 CORTES ININTERRUPTOS




O IBGE divulgou que em agosto o emprego na indústria caiu 6,9%, em frente a agosto do ano passado. O IBGE revelou que esta é a maior queda já registrada pela série histórica iniciada em dezembro de 2000. Trata-se da 47ª taxa negativa consecutiva, em quase quatro anos seguidos. Todos os 18 segmentos industriais tiveram perdas de vagas em agosto. O que mais pesou foi o ramo de transportes, representado por montadoras de automóveis, aviões e barcos. O setor industrial sofre com a baixa demanda e com estoques elevados, além de crédito mais restrito, renda menor do brasileiro, consumidores adiando decisões de compra e cortando vários itens da cesta de produtos. De janeiro a agosto a redução de pessoal foi de 5,6%, na comparação do mesmo período de 2014. O quadro ruim gerou queda de 8,4% na folha de pagamento da indústria. O IBGE não divulgou quanto a indústria representa hoje do PIB. Acredita-se que se encaminha para 10% dele. A decaída é enorme, visto que em 1985 era de 25% do PIB. O setor de serviços cai também bastante, ele que é quase 60% do PIB, por volta de 2%, havendo somente o setor agropecuário crescendo em torno de 1%.

O Banco Central calcula mensalmente uma prévia do PIB. Para ele em agosto, em relação a julho, foi de – 0,76%. Trata-se do terceiro consecutivo, surpreendendo o mercado financeiro, que já estava estimando recessão por volta de 3%. Agora estão projetando maior ainda. Por enquanto dizem que neste ano poderá ser um pouco maior do que 3% e em 2016 de – 1,3%. Para o ex-diretor do BC, Alexandre Schwartsman, o IBC-Br caiu em 12 dos últimos 17 meses, indicando que esta recessão será prolongada. Referido economista é ortodoxo e defende o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dizendo que a recessão já tinha começado no ano passado. Porém, sua defesa é só na linha do ajuste fiscal. Citado ministro vem sendo bombardeado pelo ex-presidente Lula, dizendo que ele tem “prazo de validade”. Na verdade, Lula está sendo o protagonista do “fogo amigo” da presidente Dilma. Isto não ajuda e só torna pessimista o clima econômico do País.

Desde 01-01-2007, que esta coluna tem sido diária, não foi visto tanto imobilismo na direção econômica do Brasil.

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