26/11/2014 - PROCESSO SIMPLIFICADO NA PETROBRAS
Um decreto de Fernando Henrique
Cardoso (FHC), governando o Brasil de 1995 a 2002, autorizou a Petrobras a
fazer processo simplificado de licitações. Na verdade, praticamente não
obedecendo à lei de licitações. As obras de vulto da empresa passaram a ter
rito sumário para aprovação. Sem dúvida, reduziu-se a burocracia e se elevou a
produção de óleo e gás. A primeira ideia
era atingir a autossuficiência, o que até hoje não foi atingido. Por outro lado,
abriu as portas para maior corrupção dentro da Petrobras, conforme denúncias
que começaram a ser apuradas pela operação Lava-Jato, em curso, a partir de
março deste ano. Porém, durante o primeiro governo de Lula (2002-2006), foi
interposta no STF, em 2005, uma ação para que a petroleira obedecesse à lei de
licitações. Mas, Lula já tinha nomeado em 2004, como diretor de Abastecimento,
atendendo ao PP, Paulo Roberto Costa, que montou esquema de propinas, hoje já realizando
sessões de delação premiada na Polícia Federal. A ação acima citada teve pedido
de vista de um ministro da Corte, nunca ela chegando ao final (cerca de dez
anos). Também ninguém se “interessou” muito sobre o processo dela. O atual
presidente do STF, agora, pressionado pela opinião pública, declarou que
pretende em breve colocar a ação em julgamento, em razão de inúmeros contratos,
auditados pelo TCU, assinados com a petroleira, sem licitação, revelaram-se com
sobrepreços. Quando julgará o final? Não
disse. A propósito, em setembro de 2008, quando o processo começou a ser
julgado pela Primeira Turma do STF, o atual presidente do Supremo, Ricardo
Lewandowski, tinha votado a favor das contratações simplificadas, alegando que
isso beneficia a competitividade. Perguntado agora, o presidente do STF afirmou
que não tem “posição definitiva sobre o assunto”.
Em setembro de 2009, o TCU
detectou irregularidades na Refinaria Abreu e Lima, alertou sobre indícios de
superfaturamento, manipulação de preços e pediu ao Congresso a paralisação das
obras. Na oportunidade, Paulo Roberto Costa pediu a ministra da Casa Civil,
Dilma Rousseff que colocasse a CGU na investigação. Esta investigou e não
chegou a nenhuma conclusão. O Congresso decidiu por paralisar as obras na
Refinaria Abreu e Lima, na Refinaria Presidente Vargas do Paraná, no Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro e no Complexo de Barra do Riacho no Espírito
Santo. O presidente Lula vetou a decisão do Congresso e mandou continuar com as
obras referidas. O Congresso não derrubou o veto de Lula. No início de 2014
(março), iniciou-se a operação Lava-Jato, cuja corrupção estimada é de R$10
bilhões.
Sem dúvida, se as obras da
Petrobras voltarem a ser licitadas, a corrupção institucionalizada poderá
diminuir consideravelmente. Quando a ação Penal da operação Lava-Jato for
julgada no plenário do STF ficará uma lição muito maior do aquela dos
mensaleiros. O caminho é de ir para a frente, na perseguição a ser um país
desenvolvido.
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