21/11/2014 - CORRUPÇÃO BANALIZADA
O custo de produzir-se no Brasil
possui 36% de tributos sobre o PIB, 11% de custos de logística com transportes,
mais os custos com burocracia, mais o custo da corrupção, dentre outros. Não sem motivo, o Banco Mundial classifica o
Brasil em 120º lugar dentre 177 países analisados, relativa ao ambiente geral
de negócios. Vale dizer, em competitividade. A respeito da corrupção o assunto
ganhou no Brasil, desde março deste ano, a maior dimensão da história nacional,
após instalação da operação Lava-Jato, mediante apuração de escândalos de
desvios de dinheiro nos negócios e obras da maior empresa brasileira, a
Petrobras. Até ontem, as denúncias envolvendo o PT, o PMDB, o PP, tinha presos
integrantes do PT e do PP. No entanto, ontem foi preso o lobista do PMDB,
perante as denunciadas nove empreiteiras, aquele que recebia o dinheiro e o
distribuía, chamado de Fernando Baiano. O seu advogado de defesa, Mário
Oliveira Filho, fez declarações públicas de que no Brasil só se faz obra com
“acerto”. São suas palavras: “O empresário, se porventura faz alguma composição
ilícita com político para pagar alguma coisa, se ele não fizer isso não tem
obra. Pode pegar empreiteirinha e prefeitura no interior do País. Se não fizer
acerto (com políticos), não coloca um paralelepípedo no chão”. Em seguida,
disse: “Estão tratando ele (Fernando Baiano) como bode expiatório. Ele é um
empresário que descobre um problema de infraestrutura e vai atrás da solução,
vai atrás da empresa que tem a solução, recebendo uma porcentagem absolutamente
legítima disso”. É ou não é a banalização da corrupção?
Enquanto isto, “o barco a vagar”,
título em artigo do dia 19 deste mês, de Dora Kraemer, no jornal Estado de São
Paulo, cujos dois primeiros parágrafos são: “As grandes confusões do governo, a
condução da economia e a crise da Petrobras, podem até se constituir nas
maiores e mais visíveis, mas não são as únicas fontes de aflição que disseminam
uma sensação de desgoverno entre os partidos aliados no Congresso. Há desconforto,
extensivo a ministros, com a permanência de maneiras retraídas (para dizer de
modo ameno) da presidente Dilma Rousseff, na desorganização da área política na
relação com o Parlamento, na tomada de medidas irrelevantes, atos erráticos e
na ausência de posição mais contundente em relação às denúncias que já atingem
o atual quadro da Petrobras”. Em suma, o quadro de instabilidade somente tem
piorado os indicadores de desempenho econômico.
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