04/11/2014 - ÍNDICE NACIONAL DE EXPECTATIVA DO CONSUMIDOR




Diferentemente do Índice da Confiança da Indústria (ICI), existe um Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), que se aproxima da sua média histórica do consumo. O ICI perdeu 20% de confiança, segundo mostrado ontem aqui. Dessa maneira, o INEC atingiu 112 pontos em outubro, conforme divulgou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). É o maior valor desde janeiro. Houve crescimento de 2,1% em relação a setembro e de 1,2% sobre o resultado de outubro de 2013. Para a CNI o resultado confirma a tendência de recuperação do consumidor. Entretanto, a média histórica (não revelou de quanto tempo, presumindo-se de longo tempo, data da pesquisa) é de 111,1 pontos (presume-se também que varie de zero a 200). Há algo errado? Não. A FGV, em sua sondagem conjuntural mensal, mostra fraqueza da indústria, que recua por falta de competitividade, enquanto a CNI apresenta estabilidade do consumidor, mostrando exatamente que o modelo baseado no consumo se esgotou, estando o INEC estagnado.

O diferencial entre o ICI e o INEC se reflete justamente no fato de que o modelo econômico desenvolvido por Lula, que deu certo, pelo oportunismo, chegou ao fim em 2010, perseguido por Dilma, erroneamente, por exaustão, deveria ter mudado. Porém, pensa a atual equipe econômica que ainda cabe ampliar o consumo, mais do que as outras variáveis da demanda agregada. Na verdade, o enfoque principal tem de ser feito no incremento substancial do investimento bruto e no abrandamento do consumo do governo.

Teoricamente, o modelo se expressa pelo PIB = Consumo das Famílias + Investimentos Brutos + Gastos do Governo + Exportações – Importações. O PIB + Importações é o lado da oferta global. Porém o que impulsiona a economia é o lado da demanda global: Consumo + Investimentos + Governo + Exportações. Claro que existem dentro da demanda os efeitos mais ou menos dinamizadores. As despesas do consumo e do governo estavam fazendo mais falta na década passada. Portanto, foram acionados. Agora, precisam ser feitos esforços para investimentos e exportações. Tais binômios são alternativos de força, na história econômica.

A rigor, a teoria da demanda efetiva mostra que o consumo é aditivo e o investimento é multiplicativo. O gasto do governo não é reprodutivo. As exportações e as importações equilibram a existência de excedentes e de carências. Enfim, o sistema gera capital, para a sua continuada reprodução. Portanto, o capital é trabalho acumulado.

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