05/11/2014 - POUPAR NÃO É INVESTIR




O país que tem a maior taxa de poupança é a China, acima de 40% do PIB. Era uma sociedade fechada por muitas décadas. Adotou a gestão centralizada, em partido único. Porém, tendo aberto a sua economia desde 1979, no entanto, continuando as decisões de investimentos nas mãos do governo, que fez a economia crescer mais de 10% ao ano, por mais de 30 anos. Depois da recessão mundial de 2008, com resquícios na atualidade, a China manteve crescimento ainda alto, sendo previsto crescer neste ano acima de 7%. Portanto, a China continua a todo vapor porque é fechada e seus mandatários empurram para a frente as dificuldades. Porém, um dia a bolha imobiliária ou a bolha financeira irá estourar. Não há ciclo para sempre, ascendente. Outro país que tem alta poupança é o Japão, acima de 30% do PIB. O Japão fez grande voo de águia, dos anos de 1950 aos de 1990, crescendo mais de 5% ao ano. No entanto, há mais de dez anos obteve taxas medíocres de crescimento, na melhor hipótese de 2% e a maioria dos anos recentes em recessão. Continua no fundo do poço. Porém, nesta semana o novo governo adotou nova política econômica. Assim, na sexta, dia 31 de agosto, a bolsa de Tóquio subiu mais de 5%, na expectativa de progresso. Portanto, é assim, cabe ao governo definir uma política econômica proativa, que atraia os investimentos privados.

No caso brasileiro, a poupança sempre foi baixa, no máximo de 15% sobre o PIB. Nos anos de 1970, ingressou muita poupança externa aqui, por volta de 10% do PIB. Logo, 25% do PIB impulsionou o País a crescer mais de 10% ao ano naquela década. Porém, os choques do petróleo (1973 e 1979), deixaram o Brasil sem condições de poupar como vinha e a conta a pagar do dinheiro externo vieram nos anos de 1980. Dessa forma, o PIB declinou para números inexpressivos, em média de 2% anuais de crescimento, de 1980 a 2002.

Na primeira década deste século, a economia mundial estava crescendo por volta de 4%, o Brasil se aproveitou dessa onda, vendendo principalmente matérias primas para China. Durante a era Lula (2003-2010) a média anual de crescimento alcançou também 4%. Mas, abaixo dos grandes emergentes, que cresceram acima de 5% anuais. Porém, quando se pensou que a presidente Dilma iria sustentar o diapasão do crescimento da era Lula, ela recuou em relação às promessas de reformas e causou desconfianças nos empresários, que recuaram nas inversões preferindo fazer “caixa”, bem como nos consumidores, que se endividaram bastante e chegaram praticamente aos seus limites. Durante seus quatro anos o investimento não se elevou de 18%. Pelo contrário, recuou por volta de 17%. Neste nível, o crescimento não passará de 2%. Dessa maneira, em novo mandato ela precisará de uma nova política econômica que efetivamente atraia os investimentos, nacionais e estrangeiros, de que não seja seletiva e sim abrangente.

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