19/11/2014 - MODELO ECONÔMICO COMPETENTE
A pior posição é não ter modelo
econômico de gestão do País. A segunda pior é ter modelo incompetente. Claro, a
melhor posição é ter modelo competente. Depois do fracasso na União Soviética,
consequentemente com sua dissolução. A grande maioria dos países do mundo
deixou de fazer modelo de planejamento de longo prazo, adotando o curto e/ou o
médio prazo. Assim, adotou-se o tripé consagrado por Keynes, de administrar a
economia via política monetária, cambial e fiscal. Nos anos de 1990, iniciou-se
na Europa o tripé da haste mais forte, o sistema de metas de inflação, mais a haste
de apoio do câmbio flutuante e a haste de apoio do superávit fiscal, adotado
pelo Brasil, a partir de 1999. O referido tripé fortaleceu a estabilidade do
Plano Real, que começou a dar certo a partir de 1994, a mais longa estabilização
da história brasileira (mais de 20 anos), gerando confiança internacional,
mediante concessão do grau de investimento, pelas maiores agências de risco
internacional, Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch, em 2008.
FHC governou de 1995 a 2002, com
estabilidade econômica, o PIB crescendo 2,3%, em média anual. Lula também
governou de 2003 a 2010, mantida a estabilização, o PIB cresceu 4% médios
anuais. Dilma comandou o País de 2011 a 2014 (a findar), sendo reeleita para
novo mandato (2015-2018). Na sua primeira gestão, que falta menos de dois meses
para acabar, a estabilização não está tendo modelo competente. A inflação
ultrapassou a meta de 4,5% mais o viés de alta de 2%, fechando em setembro, em
6,75%. O superávit fiscal se transformou em déficit de R$15 bilhões, quando o
previsto pela Lei de Diretrizes Orçamentárias para este ano é de superávit de
R$99 bilhões, fazendo-a enviar ao Senado projeto de lei, para considerar os
gastos do PAC de R$47 bilhões, mais R$75 bilhões de desonerações fiscais até
setembro, revertidos como superávit primário. Ao ser aprovada essa
contabilidade criativa, poderá haver mudança no grau de investimento
brasileiro. Quanto ao câmbio, a grande desvalorização deste ano, de mais de
25%, certamente terá repercussão inflacionária. Portanto, o tripé não está
sendo competente neste primeiro mandato da presidente Dilma. No Senado, o
referido anteprojeto passou. Agora irá para votação no Congresso, em sessão
conjunta (Câmara e Senado) em plenário.
Em face do exposto, a expectativa
dos mercados é quanto à definição da nova equipe econômica, para avaliar se
terá condições de adotar um tripé de modelo econômico competente ou se
continuará com o modelo incompetente atual.
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