10/11/2014 - NÚMEROS DA BALANÇA COMERCIAL




O valor das importações superou o das exportações em outubro, em US$1,117 bilhões, sendo o pior dos últimos dezesseis anos. O déficit comercial poderá ser superior a US$5 bilhões. A Petrobras é maior exportadora e a maior importadora brasileira, visto que o petróleo pesado, produzido aqui, não é o mais utilizado pela matriz energética brasileira, havendo necessidade de importações de petróleo leve, este o mais adequado à citada matriz. Enquanto o preço do petróleo vem caindo no mercado internacional, o gasto importador teoricamente seria menor, mas não é o que está acontecendo. Na verdade, está existindo uma retração das exportações de produtos manufaturados brasileiros, os quais não conseguem competir com eficácia no comércio exterior. Afinal, o Brasil está em 120º lugar em ambiente geral de negócios, entre 189 países, conforme o Banco Mundial. Na apuração de resultados de 2014, o Banco Mundial levou em consideração 11 itens na análise de comparação entre nações. Em nenhum deles o Brasil melhorou. Já 80% das economias estudadas fizeram ao menos uma mudança nas regras que resultaram em benefícios nos negócios. Assim, em média, ainda 83,6 dias ainda são necessários para abrir uma empresa no País, enquanto em Singapura, o primeiro colocado, esse prazo é de 2,5 dias.

Além do mais, estão recuando também os preços da soja e de minério de ferro. Já a Argentina, em processo de deterioração econômica há vários anos, sendo um dos maiores compradores, tem reduzido suas importações. Por seu turno, o déficit na balança de serviços tem crescido, levando a recentes estimativas que o déficit do balanço de transações correntes poderá chegar a perto de US$90 bilhões, aproximadamente de 4% do PIB nacional.

Enquanto isto, o governo federal não ataca com força os gargalos da infraestrutura, os quais levam a cerca de 11% dos custos de logística com transportes, das exportações nacionais. Ademais, a carga tributária é elevada, seus custos processuais são enormes e burocráticos.

A Petrobrás anunciou nesta semana elevação dos preços de combustíveis, de 3% para a gasolina e de 5% para o óleo diesel. O governo optou por atribuir internamente um “aumento simbólico” dos combustíveis. Isto melhorará seu caixa. A sua produção voltou a crescer bem. Porém, investigações na Bolsa de Valores de Nova York, a respeito das denúncias de corrupção na estatal estão levando ao grande desgaste internacional, o que evidentemente, também traz severas repercussões na balança comercial brasileira, onerando as importações de petróleo e os custos de captação de recursos, repercutindo também na balança de serviços.

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