25/11/2014 - FUNDOS DE PENSÃO NO PETROLÃO
Os escândalos que a cada dia
transparecem pelas investigações da Polícia Federal, na operação Lava-Jato,
chamado de petrolão, considerado muito maior do que o mensalão, provavelmente
poderá ter mais de 40 réus, como constou deste último, agora envolvendo
dirigentes da Petrobras, doleiros, nove empreiteiras, não tendo chegado ainda a
políticos congressistas, mas, atingindo, por sua vez, os fundos de
aposentadoria.
Como bola da vez, estes fundos de
pensão de funcionários das estatais e de servidores públicos são entidades para
as quais os empregados em referência contribuem mensalmente, visando ter uma
complementação da sua aposentadoria, ao seu salário, visto que aposentadoria
pelo INSS tem um teto, sempre inferior aos salários dos citados funcionários.
As entidades administram patrimônio de mais de R$450 bilhões. Seus dirigentes
são indicados pelo PT e a base aliada. Investigadores da operação Lava-Jato já
encontraram indícios de ramificações do esquema do doleiro Alberto Youssef com
fundos de pensão. A primeira denúncia veio em outubro, através do advogado
Carlos Alberto Pereira Costa, um dos principais auxiliares de Youssef, que
informou que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tratou de negócios com
fundos de pensão e o citado doleiro, desde 2004. Em seguida, ele menciona
suposto pagamento de propina a dirigente da Petros, fundo de aposentadoria dos
funcionários da Petrobras. A Polícia Federal também encontrou em computadores
do doleiro, em 2012, a influência de Vaccari na aplicação de R$73 milhões das
fundações Petros e da Postalis (a do Correios), na empresa Trendbank, que
administra fundos de investimentos, causando prejuízos às fundações. Ainda em
2012, a Postalis teve prejuízo ao aplicar R$40 milhões no fundo BNY Mellon, no
mesmo esquema. Na teia de operações, cerca de 70 fundos de pensão investiram
R$2,7 bilhões no Banco BVA, perdendo pelo menos R$500 milhões com a falência do
referido banco. A teia ainda está sendo desmembrada.
Os 18 dirigentes das empreiteiras
denunciaram pagamentos de propinas, ainda sendo apuradas, cujos procuradores da
República viajaram ontem ao exterior, para ter um conjunto de valores locais,
mais valores fora do País. Mas, somente a promessa do gerente da Petrobras,
Pedro Barusco, de que irá devolver US$100 milhões, ou seja, cerca de R$350
milhões, sem dúvida, aponta que o número final apurado será grandioso.
Na esteira das denúncias, Paulo
Roberto Cunha afirmou, anteontem, o primeiro valor de que um político graúdo
recebeu: R$1 milhão em dinheiro. Foi o senador Humberto Costa, PT, líder do
governo. Este, de antemão, colocou seu sigilo bancário, telefônico e fiscal.
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